A Escolhida, Parte Final

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Após o acidente inexplicado que causou a morte de seus pais em trânsito sete anos atrás, Augusta voltou a ter fé no Cristo, aquilo lhe ajudava a ter esperanças.

(Deve ser uma brincadeira de João.)

Mas a quem ela queria enganar?

Era impossível desviar o olhar daqueles olhos, era impossível negar a sensação de prazer que eles concediam, era como saciar o desejo de um viciado.
Eles pareciam sondar sua mente:

– João não está aqui —  Ele falou — mas está bem. Tudo depende de você, e quando terminarmos, pode ficar com ele.

– Não acredito! — Era o que ela queria ter dito, mas tudo o que fez foi confirmar com a cabeça.
Ainda assim, ele podia lê-la.

– Não acredita? Como explica o fato de ter sonhado comigo? Eu não profiro mentiras.

– Como você...? — Antes que ela terminasse de falar ele avançou até ela, beijando-a.

Por mais que não quisesse assumir, era irresistível. Augusta ardia de paixão.
Ele parou de beijá-la, e disse:

– Vais me dar o que desejo?

– Qualquer coisa — Ela respondeu.

– João vai mesmo ficar bem? — Continuou.

– Sim — O homem respondeu.

Aconteceu quase como no sonho.
Fizeram sexo e ela nunca havia tido uma experiência tão boa em toda a sua vida. Sentia-se apaixonada por aquele homem, conectada a ele de várias maneiras, havia sido seduzida pelo demônio.
Chegaram ao orgasmo juntos exatamente como no sonho, quando o sol começou a nascer.

– Volte para sua cidade — Ele disse — conversaremos futuramente.

– Quem é v...? — Antes que  Augusta pudesse finalizar sua pergunta, ele tocou no centro de sua testa e tudo escureceu.

– Meu bem? — Augusta pôde ouvir a voz de João chamando-a, acordando um tanto assustada.

Eram seis e pouca da manhã, ambos estavam dentro do carro.

– O que aconteceu?! — Ela despertou perguntando assustada.

– Acho que adormecemos aqui — João respondeu — não consigo lembrar de muita coisa, acho que ultrapassamos os limites...

(Então foi tudo um sonho?)

– Precisamos voltar e fazer as malas. O que achou da viagem? — Perguntou-lhe João antes de ligar o carro.

– Adorei. — Ela respondeu.

O que mais poderia falar sem que parecesse louca?

Voltaram até a casa alugada e sentiam-se estranhamente bem. João não estava de ressaca, queria até ficar mais um pouco, mas Augusta queria dar o fora daquela cidade.

As malas ficaram prontas em questão de segundos e João pediu que esperasse no carro, convencendo-a de que não havia necessidade que se esforçasse.
Augusta foi até o carro, sentindo-se um tanto sonolenta, pegou o seu Nokia e abriu snake para afugentar o sono, começava a sentir fome.

Curtas Histórias Macabras Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora