Se você tem entomofobia (fobia de insetos) ou catsaridafobia (fobia de baratas) essa história pode não ser muito agradável para você.
Tome muito cuidado!
Era uma vez um garoto, um jovem de dez anos chamado Pablo.
Pablo havia acabado de se mudar com seus pais para uma zona rural do Cabo de Santo Agostinho, fugindo de seu estado natal e da cidade grande onde a ditadura começava a ascender e em busca de qualidade de vida, eles tomaram suas malas e partiram para a cidade, numa tarde de Março em 1966.Sem irmãos, amigos ou jovens de sua idade para socializar, Pablo logo desenvolveu um hobbie um tanto quanto peculiar: torturar e dissecar insetos que eram encontrados e coletados pelo garoto próximos a sua casa, constituída por um grande terço de terra, onde seus pais haviam investido uma boa quantia com a intenção de dedicarem-se a agricultura.
Pablo começou pelos pequenos, formigas, baratas, mosquitos, ele sentia um verdadeiro prazer em arrancar-lhes os membros e vê-los se contorcendo, arrancava-lhes as patas, antenas, partes de seu corpo, queimava-os vivos... Llogo ele enjoou dos pequenos e sua sede foi aumentando: gafanhotos, cigarras, insetos que ele nem conhecia o nome mas adorava capturá-los pelas redondezas trazê-los vivos em uma caixinha de sapatos para casa, onde seriam submetidos a longas sessões de tortura.
Semanas passaram, meses se passaram mas o hobbie de Pablo não, seus pais estavam sempre ocupados demais com plantas para darem-lhe a atenção necessária, a atenção que sempre lhe fora dada, detestou o lugar desde que chegaram, queria sua vida de volta pois detestava aquelas plantas e detestava aqueles insetos, torturá-los era o seu escape, sua única alegria e diversão.
Com o tempo, os pais de Pablo contrataram um homem para ajudá-los, Cedro era o seu nome, tal como a árvore.
Cedro era um homem alto e corpulento, seus traços não negavam sua ancestralidade indígena.
Descendente dos Caetés, um povo indígena que lutou fortemente contra a invasão portuguesa na época do descobrimento e que infelizmente, foram massacrados.
Ele morava na região desde que se entendia por gente, conhecia aquelas matas como ninguém e acima de tudo, tentava manter viva a tradição de seu povo.Pablo ficava cada vez mais ousado, aventurava-se pelos matagais atrás de presas fáceis, contudo, ele começava a considerar fortemente a possibilidade de capturar animais maiores para seus experimentos.
Mas nada se comparava às baratas de coqueiro, essas eram suas presas favoritas.Certa manhã, quando voltava para casa de sua caçada com sua caixinha repleta de insetos, topou-se com Cedro.
– O que tem na caixinha? — Indagou curioso após alguns segundos observando-o.
Os cabelos de Cedro eram negros, longos e sedosos: como os de uma mulher — Pensou Pablo.
– Insetos — respondeu o garoto com um risinho malicioso no canto de sua boca, abrindo a caixa repleta de insetos vivos para Cedro e fechando-a rapidamente antes que algum deles pudesse fugir.
Cedro fitou um tanto assustado.
– Pra onde você vai com tanto inseto, rapazinho? — Perguntou o Cedro coçando a cabeça.
– Pro meu quarto — Respondeu Pablo salivando com a ideia de torturá-los, haviam alguns novos que ele jamais havia visto.
– E o que vai fazer com eles? — Indagou Cedro ja imaginando a resposta.
– Brincar, gosto de brincar com eles, gosto de arrancar suas patinhas, suas asinhas, seus pedaços... — Respondeu Pablo excitado com o que sua mente sugeria.
– Não faça isso, garoto... Esses animaizinhos são nossos amigos, eles estão aqui muito antes da nossa chegada, você deveria soltar eles, respeitá-los.
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Curtas Histórias Macabras Vol. 1
HorrorDo que você tem medo? Fantasmas? Demônios? Monstros? Da morte... Ou seria da loucura? Apresento Curtas Histórias Macabras, uma coletânea com sete contos de horror autorais para tirar-lhes o sono e arrepiar-lhes a espinha! São diferentes contos, co...