Capítulo 11

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"And the words I most regret
Are the ones I never meant to leave
Unsaid Emily."

Quando Luke terminou de cantar todo o público estava de pé, aplaudindo. O garoto tinha se emocionado tanto que nem conseguia agradecer por aquele momento, ele simplesmente saiu do palco, sem dizer mais nada. Julie tentou acompanha-lo mas ele passou como um furacão pelos amigos que estavam no backstage. Alex segurou Julie e na mesma hora a garota percebeu que esse era o momento de deixar Luke lidar com seus próprios demônios. 

[...]

Luke estava sentado no meio fio do estacionamento da escola. De repente, todas as lágrimas que não tinham saído junto com as que caíram no palco explodiram nos olhos do garoto e ele não podia controlar. Ele sentia que finalmente tinha se aberto completamente para todos, não somente para seus pais. Ele nunca tinha cantado uma música tão pessoal e que tivesse um significado tão importante. No meio de todos esse sentimentos, o garoto sentiu medo. Medo de que ainda assim seus pais não enxergasse o quanto ele pertencia ao palco e a música ou que a música pertencesse a ele. 

O moreno ouviu passos rápidos, quase que desesperados e sem olhar quem estava se aproximando ele se apressou para enxugar seu rosto e se recompor. Os sapatos pararam na sua frete, ele os conhecia. Olhou para cima e por um momento não conseguiu enxergar, pois a luz do poste deixou sua visão turva. Quando seus olhos conseguiram focar, lá estava ela: Emily. Com os olhos cheios de lágrimas. A mãe se ajoelhou do lado do filho e não conseguiu dizer nada, apenas juntou suas mãos com as dele e ficou ali por um momento, no silêncio. 

- Eu amei te ver hoje, mesmo que lá no fundo do teatro. - disse o menino, finalmente. 

- E eu amei te ver lá em cima... Você escreveu uma música linda. Me perdoa por tudo que disse antes sobre você, sobre a música... Sobre a Sunset Swerve? 

- Sunset Curve, Curve.  - ambos riram da situação, mas Luke não se importou com o erro, ele estava feliz de poder ter aquele momento com sua mãe, um momento que ele sempre esperou. 

O pai do garoto não demorou a chegar e depois de muito conversarem, eles finalmente se entenderam. Se emocionaram mais algumas vezes, mas enfim as coisas estavam se encaixando dentro da família Patterson. 

[...] 

Depois da apresentação Julie foi direto para casa, junto com seu pai e irmão, que particularmente estavam muito orgulhosos da garota. Era a primeira vez que eles viam a filha mais velha cantando desde que sua mãe morreu, então foi realmente um momento muito importante para a família. 

Quando chegaram em casa, Julie foi direto para o galpão, na esperança de encontrar Luke por lá, mas ele não estava. Ela sentiu muito medo dele ter fugido de novo. Depois de tudo o que Luke passou, ela só esperava que ele estivesse bem. Tentou ligar, sem resposta. A garota ficou sentada no sofá do galpão por mais alguns minutos, tentando pensar no que poderia fazer ou se simplesmente não deveria fazer nada e respeitar a dor do menino. Julie já estava perdida em seus pensamentos quando Luke entrou no galpão. O rosto do garoto estava inchado de tanto chorar, mas ele parecia surpreso com a presença de Julie naquele local, mesmo ali sendo a casa dela. 

- Juls! Eu não sabia que você estaria aqui... 

- Luke! Eu... te liguei. Está tudo bem? Você sumiu e eu...

- Está tudo bem, sim! Desculpa, eu fiquei sem bateria, por isso não atendi. E-eu conversei com meus pais, por isso sumi. 

- Sério??? Como foi? O que eles falaram? 

- Foi tudo bem, Juls. Eles finalmente aceitaram. - um sorriso surgiu no rosto inchado de Luke. - E isso tem a ver com você também, quer dizer... Se você não tivesse ido até eles, Juls, eu provavelmente nunca iria. E sobre hoje, obrigada. Se você não tivesse ido até o palco naquele momento... Eu nunca teria cantado. Sério, obrigado. 

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