Capítulo 7: Uma Visita Inesperada

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Naquela manhã Nyë estava se sentindo muito melhor do que no dia anterior, não sabia dizer se era por causa do ar de Valfenda ou se era pela comida e o chá maravilhoso que os servos da casa de Lorde Elrond serviam. Mas seu ânimo havia melhorado bastante. Tomava café da manhã sozinha em um gazebo próximo a uma queda d'água, a mesinha pequena e redonda estava servida de um bule de chá quente, uma xícara e um pratinho com biscoitos e pão élfico, além de frutas.

Sua atenção foi atraída quando avistou a pequena figura de Bilbo vagar pelo pátio a frente do gazebo onde se encontrava. Era notável o quão encantado e maravilhado o hobbit se encontrava com o lugar e aquilo a fez exibir um sorriso gentil.

- Bom dia, senhor Bilbo – falou alto para que ele a ouvisse.

Bilbo se virou após sair do transe das águas cristalinas da queda d'água. Ele sorriu e se aproximou da elfa.

- Bom dia, senhorita Nyë – falou – Está com o semblante muito melhor. Vejo que está bem então – comentou.

Ela sorriu ao assentir.

- Precisava apenas descansar. Mas talvez seja Valfenda – disse – Toma café da manhã comigo?

- Ah, lamento, mas eu já tomei – alegou Bilbo – Mas confesso que não posso recusar esses biscoitos, nunca comi nada antes – disse e ambos riram.

Nyë ofereceu o pratinho com os mesmos e Bilbo pegou uns quatro e logo mordeu um, sentindo o biscoito derreter na boca.

- Pelo visto acordou mais cedo do que todo mundo hoje.

- Não consegui ficar na cama, esse lugar é... é esplendido! – murmurou maravilhado e olhando ao redor deles – É a primeira vez que vejo elfos. Já esteve aqui antes, senhorita Nyë? Ah, o que estou perguntando, é claro que esteve, é uma elfa – falou sem parar e Nyë apenas sorriu.

- Sim. Já estive aqui sim, várias vezes – contou – E foi aqui que... conheci meu marido – confessou.

Além de se sentir melhor em termos de ânimo, ela também parecia melhor com o coração. Pensar no passado ainda lhe doía, mas ao mesmo tempo fazia o coração bater mais forte. Relembrar de todas as emoções que sentiu quando conheceu Thranduil a primeira vez, de como foram se aproximando e de como a união deles foi formada. Mas era pensar no futuro que a deixava aflita. Então, se concentrava somente nas coisas boas.

- Seu marido? E onde ele está? – quis saber – Ele é daqui de Valfenda?

- Não. Meu marido é rei, não é um Lorde como Elrond. Ele governa um reino – explicou.

- Um rei! – se mostrou surpreso – Então você... Ai, não! Senhorita Nyë, me perdoe! Se eu soubesse que era uma rainha teria dado um jeito de arrumar algo melhor do que meras frutas para você quando esteve em minha casa – falou afoito e preocupado.

O que ela acharia da hospitalidade dele? Ou dos Hobbits? Bilbo prezava a hospitalidade mais do que ninguém e queria que seus convidados se sentissem bem, desde que se comportassem também, ainda não havia superado a bagunça que os anões fizeram na curta estadia deles em seu bolsão.

Nyë apenas sorriu e tentou garantir ao pequeno que havia adorado a hospitalidade dele e a forma gentil na qual a tratou e tratou sua tia também. Mas então, Bilbo encurtou seu sorriso e incerto perguntou:

- É por causa dele que ás vezes fica tão aérea? – ele a viu engolir em seco e fitar as mãos pousadas agora no colo – Desculpe, não quis ser indelicado – emendou.

- Sim. É por causa dele – confidenciou – Eu fui embora do reino há sessenta anos atrás e ainda não sei lidar com a falta e a saudade que ele me causa – emendou.

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