Capítulo 10: Beorn, O Troca-Peles

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Herea só foi abrir os olhos dois dias depois, ainda estavam acampados no mesmo lugar. Vivendo da caça que os meninos conseguiam, dando um tempo para poderem respirar antes de tornarem a caminhar em direção a montanha que agora parecia mais perto do que nunca.

Depois de ter uma melhora considerável, Gandalf achou prudente marcharem. Até por que, Azog não deixaria que eles tivessem dias tranquilos, logo os caçaria novamente, mas eles tinham a vantagem de estar muito à frente do que os orcs. Mas ainda sim, não era garantia de que estavam seguros.

Por isso, logo estavam marchando em direção a montanha.

Ainda debilitada, Herea precisou ser carregada e os irmãos, Fili e Kili, se ofereceram. A elfa era carregada nas costas de cavalinho, eles se revezavam durante a viajem. Bilbo se manteve perto dela e checando sempre o curativo para ter certeza de que ela não voltaria a sentir dor ou sangrar como antes. Ele também estava sempre pegando grutas que encontrava pelo caminho e partindo e entregando a ela. Estava sendo muito mimada.

Nyë gostava de ver a cena e sorria sempre que Bilbo lhe entregava algo para comer. Mas não quer dizer que eles esqueceram dela, pelo contrário, enquanto o hobbit e os anões mais jovens cuidavam de sua tia. Os irmãos, Ori, Nori e Dori e Bifur estavam sempre ao lado dela cuidando dela também. Havia ficado mais próxima deles e construído uma amizade. Era bom saber que alguns dos anões sentia realmente amizade por ela e não outra coisa como Thorin.

Ela passou a evitar o príncipe anão, conversava com ele somente o necessário e sobre a missão. Nyë também não gostava de pensar no que aquele beijo roubado acarretaria, o que aconteceria se chegasse aos ouvidos de Thranduil. Ela não retribuiu o beijo, até congelou a boca dele. Sabia a quem seu coração pertencia, e ele era inteiramente do rei élfico. E assim continuaria a ser. Mas era impossível não se recordar das palavras do marido no passado, quando ele sempre falou do interesse do anão por ela, mas Nyë preferiu acreditar que era apenas uma rixa entre eles.

Sentia-se tola. Achou que tinha uma amizade com Thorin, achou que o anão apenas só não gostava de Thranduil por sua personalidade um quanto arrogante. E não por outra coisa. No entanto, agora que estava claro as intensões dele, ela achou que o melhor a fazer era manter-se longe dele.

E assim ela o fez, e a missão seguiu dando continuidade.

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12 Meses Depois

Num piscar de olhos o tempo passou, e doze meses foram devorados em uma corrida não só para chegar até a Montanha como também para fugir de Azog e seus orcs capangas. O mesmo havia conseguido seguir o rastro deles e a cada dia parecia que estavam mais perto. A coruja outrora esquecida de Nyë foi bastante útil para percorrer trilhas e sair de qualquer enrascada que poderiam se meter. Um confronto com Azog era tudo que tinham que evitar, pois, senão, era capaz deles não terem a mesma chance como da outra vez.

No alto de uma montanha, os olhos como a luz da coruja branca averiguavam Azog e os orcs percorrerem o topo a toda velocidade. Escondida entre umas pedras, a coruja, ou melhor, Nyë olhava com atenção a direção tomada por eles. Por um momento toda a sua espinha esfriou ao vê-lo parar de repente e olhar na direção dela. Nyë fez a coruja se empoleirar toda, como se estivesse dormindo ou coisa parecida para não atrair a atenção do orc pálido.

Dava para ver a feição de pura irritação que ele emanava, pois já havia meses em que estavam nessa de caçada e nada de pegar nenhuma não. Quando ele se foi, a coruja respirou mais aliviada, e estava prestes a voar de volta para a Companhia, quando um rosnado perto dela atraiu sua atenção. Os olhos lunares dela se arregalaram ao ver o tamanho a fera de pé em uma pedra e farejando algo no ar.

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