Capítulo 2: Encontro com Thorin, Escudo de Carvalho

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O sol já clareava do lado de fora, enquanto Maeve cuidava de preparar algo para elas levarem para a viajem, Nyë e sua tia arrumava as mochilas com os utensílios necessários para aquela viajem longa e que provavelmente prometia perigos e um destino incerto para todos. Gandalf fora embora dois dias atrás, alegando que ainda tinha que falar com a pessoa que faltava do grupo, desde então notou os olhares de Herea em cima de si.

Ela sabia a opinião da tia a respeito daquela missão, daquela loucura. Mas se mantinha calada.

Nyë não ousava perguntar o motivo daqueles olhares, pois, em sua cabeça, mil coisas se passavam. Ela não sabia como Thorin ia reagir a sua proposta, já que o mago cinzento deixou essa tarefa para ela. Ela mesma teria que se oferecer para protege-lo e não tinha ideia de como faria para convence-lo caso o anão negasse. E mais importante, algo que estava tirando seu sono desde que aceitou o "convite" de Gandalf... como Thranduil reagiria ao vê-la no meio daqueles anões?

As mochilas estavam prontas assim como a comida, feita para uma viajem até o Condado e mais um pouco. Talvez pudessem pegar algo a mais de que precisassem com os pequeninos que viviam lá. Saíram do quarto e foram para a sala onde Maeve já chegava com pães, bolachas élficas que aprendera a fazer, cantis com água e outras frutas. A garota, que possuía sangue élfico insistiu para ir, mas Nyë não permitiu, pois, apesar de ser uma meia elfa e ter abraçado sua imortalidade, ela era uma elfa comum, não era como Nyë e Herea.

- Tem certeza de que não posso ir mesmo? – suspirou, sentando-se no sofá e cruzando os braços, emburrada.

Herea olhou para ela e levou as mãos a cintura, como uma mãe zangada.

- Já dissemos o motivo de não poder ir – comentou a tia de Nyë.

- Tinha que ser um elfo normal? Não dava para ser um elfo como da raça de vocês? – ralhou, se levantando – Irão voltar? – questionou, mudando sua expressão para algo preocupada.

- Quando tudo estiver acabado – alegou, tocando o rosto dela – Quando a missão foi completada e não tiver mais nenhum perigo, mandarei notícias e todos irão para uma nova casa – disse.

Nyë não sabia direito o que havia acontecido com os sobreviventes de Dale. Sabia que haviam formado uma pequena cidade no meio do lado próximo a Mirkwood, mas esperava que esse tempo todo eles tivessem conseguido reconstruir a cidade que um dia fora prospera e cheia da vida. Ela esperava pode fazer isso caso não tivessem feito, então levaria as pessoas de Rhona para lá, teriam uma vida melhor e longe de perigos com orcs.

O frio intenso era para mantê-los afastados, mas como ela sairia dali não sabia o que podia acontecer. O frio e a neve permaneceriam, mas sabia por quanto tempo.

- Cuide de tudo enquanto estiver fora – avisou, terminando de colocar tudo na mochila e caminhar até a porta da cabana.

As pessoas de Rhona tentavam disfarçar a preocupação diante do fato de que a protetora deles iria partir e sabe-se lá quanto tempo levaria para retornar, isso se ela retornasse. Pois, havia a possibilidade dela voltar sem vida. Mas havia aqueles que pensavam positivo e que fariam de tudo para proteger o local enquanto estivesse fora.

Os cavalos já estavam prontos, selados, alimentados e aguardando para trotarem Rhona a fora, rumo ao desconhecido. Nyë ignorou aqueles que lançavam olhares curiosos e preocupados, e tratou de arrumar sua mochila na sela do cavalo e sua tia fazia a mesma coisa. Não se despediu deles, não havia necessidade, pois, na noite anterior, havia chamado todos para frente da cabana e avisado sobre sua partida. Mas não disse o motivo dela.

Em seguida subiu no cavalo. Para a viajem, ela dispensou os vestidos que costumava usar e optou por uma calça de couro negra, botas bem polidas de cano alto e uma camiseta branca, um tanto folgada no corpo. Não possuía armadura ou nada para lutar, mas não era necessário, pois, seu poder servia como um ótimo escudo. Os cabelos estavam soltos e usava o típico cabelo élfico: todo penteado para trás e com pequenas tranças enfeitando as mexas. As orelhas de elfo estavam bem avista. Sua tia usava um traje mais feminino, mas usava calça e botas também.

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