Meu pai me levou até a sala, onde encontrei o tal Nate sentando em nosso sofá, ele sorriu simpaticamente mostrando ser dono de dentes perfeitos.
- Esta é Melinda, minha filha. - disse meu pai.
- É um prazer conhecê-la. Sou Nate. - disse ele estendendo a mão. Eu fiquei olhando alguns segundos e depois resolvi apertar a mão dele. - Você é forte. - disse ele sorrindo.
- Você deveria sentir o meu chute. - eu disse e ele riu, meu pai olhou para ele como se dissesse desculpas.
- Melinda. - disse meu pai colocando as mãos nos meus ombros.
- Eu também chuto muito bem, já fiz karatê. - disse ele fazendo alguns gestos de karatê, pude ouvir os risinhos de Cora.
- O Nate vai ficar um tempo aqui. - disse meu pai.
- Um tempo...quanto tempo? - perguntei.
- Melinda não seja indelicada.
- Ela tem razão. Mas sabe a questão de tempo é muito relativo. O que pode ser muito tempo pra mim pode ser nada pra você.
- Tenho certeza que vai ser um longo tempo. - murmurei. - E por que você vai ficar aqui?
- Vou concluir uma pesquisa para faculdade. E como seu pai era muito amigo do meu, ele permitiu que eu ficasse aqui. Obrigado.
- Seu pai era um grande amigo... e você pode ficar o tempo que quiser aqui. - meu pai disse e eu comecei a tentar me deslocar para o meu quarto.
- Já vai para o quarto de novo Melinda? - perguntou meu pai, eu parei e disse:
- E para onde mais eu iria?
- Que tal tomar um chá? - perguntou Nate, eu o olhei estranhamente.
- Não, obrigada. Meus pensamentos são mais interessantes.
- Viver é muito melhor que recordar. - disse ele, eu virei a cadeira para vê-lo, ele me olhava esperando que eu dissesse algo, eu porém virei a cadeira e fui para o quarto. Para um cara que chegou agora, ele é bastante ousado para falar aquilo. O que ele sabe de mim? Nada. Ele não tem nada com a minha vida, e eu poderia ter dito aquilo pra ele mas estava cansada de ver o seu jeito meio cínico. E eu odiava cinismo. Além de que meu pai iria me reprovar por ter sido ( na opinião dele) grossa. Nate era desaforado, ele parecia dizer tudo o que pensava sem medir as consequências e aquilo me incomodava porque não preciso de mais alguém pra opinar sobre a minha vida. Naquele final de tarde eu peguei minha aliança que estava guardada em um gaveta no criado mudo, fiquei a olhando ali, relembrando de tudo novamente e doía tanto, eu caí em lágrimas de saudades.
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Alvorada
RandomMelinda é uma jovem amargurada. Sofreu um grave acidente, no qual a fez perder os movimentos das pernas. E se não bastasse isso, neste acidente seu noivo acabou morrendo. Melinda é surpreendida com a chegada do filho do amigo de seu pai, Nate. N...