**Nate**
Eu estava voltando pra casa, era começo de tarde, e eu conseguia ver os raios de sol invadindo o meu carro enquanto estava preso em um engarrafamento. Conseguia ouvir os motoristas loucos buzinando pro nada. Havia um acidente à 20 metros e provavelmente iria demorar até que eu chegasse em casa. Resolvi ligar pra Rosa e avisar.
- Rosa, vou atrasar, tem um engarrafamento aqui. Será que você pode ficar mais um pouco com o Austin?
- Austin? Ele no está na escuela?
- Não, ele está em casa.
- Não, elle não está aqui.
- Tem certeza? - perguntei, sentindo o pânico se espalhar pelo meu corpo.
- Sí hombre!
- Eu vou ligar pra ele. - eu disse desligando. Disquei o número dele duas vezes, por que havia errado, pelo nervosismo que me consumia. E cada vez que ele não atendia eu ficava mais nervoso. E aquele engarrafamento me deixou mais irritado, dei um soco no volante e comecei a buzinar como os motoristas idiotas.
- Onde tá esse garoto? - me perguntei. Fiquei tentando ligar os vintes minutos que fiquei preso no trânsito, entrei desesperado em casa, corri direto pro quarto dele e nada.
- Ele no está aqui. - disse Rosa preocupada, saí do quarto feito um louco e fui procurando em cada cômodo. Quando vi que ele não estava em nenhum lugar respirei fundo pra não perder o resto de sanidade que eu ainda tinha. - Calma, vamos encontrar o chiquito.
- É tudo minha culpa! Onde vamos encontrar? Me diz! Meu Deus.... e agora?
- Calma! Já tentou ir na escuela?
- Não, você tem razão. Eu vou lá. - eu disse correndo até o carro. Não sei como cheguei na escola por que minha cabeça só estava no Austin. Quando soube que ele não estava lá eu quase quis quebrar aquela escola ao meio. Acabei pegando uma briga com a coordenação, que me tiraram dali pra que eu me recuperasse.
Peguei meu carro e fui na casa do amigo dele, a mãe de Jonas me olhou com aquele olhar de "quanta irresponsabilidade" e eu sabia que ela tinha razão.
Voltei pra casa já maluco, sentei no sofá em silêncio rezando pra que ele estivesse bem. Rosa me observava de longe, depois de uns minutos ela se aproximou de mim pegando na minha mão.
- E agora, Rosa? Por que eu não fui buscar ele?! Onde é que eu tava com a cabeça?
- Tengo que dicir una coisa. Acho que sei donde ele está.
- Onde? Já fui em todos os lugares!
- Não em todos. - disse ela pegando uma carta que estava no bolso dela.
- O que é isso? - perguntei olhando o envelope.
- Mira. - ela disse e eu olhei pro envolope e vi o remetente.
Melinda.
Fiquei atônito olhando para o nome dela. E mais confuso quando vi que o endereço não era o da casa dela.
- Elle só pode ter ido atrás dela. - disse Rosa me tirando dos meus pensamentos.
- Como...? Ele...? Como nunca vi essa carta? - perguntei e o olhar dela a denunciou. - Eu não acredito nisso. Não acredito que ele foi sozinho no outro lado da cidade! E não acredito que você escondeu essa carta de mim.
- Não é hora para eso.
- Você tem razão, mas depois vamos conversar. - eu disse indo em direção ao carro. Meti o pé no volante e fui embora. Pensei no que eu faria se o Austin não estivesse lá. Pensei também em o que eu iria dizer pra Melinda.
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Alvorada
RandomMelinda é uma jovem amargurada. Sofreu um grave acidente, no qual a fez perder os movimentos das pernas. E se não bastasse isso, neste acidente seu noivo acabou morrendo. Melinda é surpreendida com a chegada do filho do amigo de seu pai, Nate. N...