Capítulo VII

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- Melinda! - gritou meu pai atrás de mim, parei a cadeira e o esperei. - Você não pode tratar o Nate daquele jeito.

- Ele já foi te contar? - eu disse girando a roda e meu pai segurou a cadeira.

- Não, eu ouvi os seus gritos. Como você pôde ser tão grosseira, ele só queria lhe ajudar.

- Eu nunca pedi ajuda à ele.

- Você deveria agradecer por ele ser tão educado com você.

- Não acho nada educado da parte dele se meter na minha vida.

- Não é se meter Melinda, é ajudar! - gritou meu pai.

- Eu. Nao. Quero. Ajuda. Dele. - eu disse pausadamente quando Nate chegou.

- Desculpe Nate. A Melinda não queria falar aquilo, ela vai se desculpar. - disse meu pai e eu olhei para o nada. - Melinda! - disse meu pai aumentando o tom de voz.

- Creio que você deveria se concentrar mais na sua pesquisa e me esquecer, seu idiota.

- Melinda! - protestou meu pai.

- Tudo bem, Sr. Roland. Nós só falamos aquilo que o nosso coração tá cheio. - ele disse e foi embora. Senti meu sangue esquentar de raiva.

- Quem você pensa que é? - gritei. - Ele não sabe NADA de mim, NADA! - eu disse girando a roda bruscamente, Cora correu até mim.

- Calma Mels. É melhor você descansar. - disse Cora tentado me levar até o quarto.

- Eu não quero descansar! Eu quero falar com ele agora. - eu disse tentando virar a cadeira.

- Mels, você está muito nervosa. - disse Cora pegando no meu ombro.

- Ele tem razão. - disse meu pai.

- Ele é um idiota! - eu disse virando a cadeira com um pouco de dificuldade para o lado do quarto do Nate.

- Melinda, sem escândalo, por favor. - disse meu pai e eu me estiquei meu tronco para bater na porta. Ele apareceu com um sorriso torto. Sorriso? É sorriso. Cínico!

- Eu preciso falar com você. - eu disse. - Em particular. - eu disse olhando para o meu pai.

- Com educação. - sussurrou meu pai no meu ouvido e saiu. Nate se afastou para que eu entrasse com a cadeira. O quarto dele ( quarto de hóspedes, tem que deixar bastante claro) era bem arejado, com uma janela ampla, era organizado para minha surpresa. No criado mudo havia a foto de Nate com uma criança. Ele percebeu que fiquei olhando aquela foto e disse:

- Este é o Austin, meu irmão.

- Eu vou ser bastante breve com você. - eu disse cortando o assunto. - Quero que pare com esses seus joguinhos. Eu não quero sua ajuda, não se sinta obrigado a me ajudar.

- Eu não me sinto. - disse ele tão calmo que a raiva que eu sentia foi aumentando.

- Por que você disse aquilo?

- Não é a verdade? Se você está cheia de angústia e ódio você só vai refletir isso para as pessoas.

- Você age como se me conhecesse.

- Infelizmente você não me deu a oportunidade. - ele disse e eu rir de ódio.

- Você não pode viver a sua vida e fazer de conta que eu não existo? - gritei querendo já socar a cara dele.

- Sabe... disse ele se virando e indo até a janela. - Você se assemelha a um passarinho preso em uma gaiola, a diferença é que aquele passarinho triste na gaiola ele quer sair e você? Se acomodou à gaiola? - disse ele virando e me encarando.

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