Eu estava sentindo uma dor de cabeça insuportável, por causa disso fiquei na cama. Por um lado foi bom, consegui evitar o Nate, não o vi o dia todo.
- Mels? - chamou meu pai, entrando no quarto. Ele sorriu vindo até mim, beijou minha testa e puxou uma cadeira próximo a mim. - Está se sentindo bem?
- Sim, pai. - respondi no automático.
- Quer que eu chame o Steve?
- Por favor, não! Só estou com dor de cabeça. - eu disse quase suplicando e ele sorriu.
- Então, tudo bem. A Lívia vem te ver hoje.
- Me ver? Ou lhe ver?
- Bom...os dois. - disse ele sem graça, meu pai sempre corava facilmente, era até bonitinho.
- E a Cora? - perguntei para dar continuidade a conversa.
- Foi fazer compras, estamos sozinhos hoje.
- Como assim? E o Nate e o Austin?
- Austin foi com Cora, claro depois dele convencer ela que já estava melhor. - disse meu pai sorrindo.
- E... o Nate? - indaguei, tentando mostrar desinteresse.
- Saiu bem cedo, não disse nada, só que precisava sair. - disse ele, e meu cérebro começou a maquinar vários motivos dele ter saído. - Inclusive, acho que vou tentar ligar pra ele, e você durma. Qualquer coisa, me chame. - disse ele saindo, eu sabia que ele estava preocupado, meu pai é assim, se preocupa com todos.
Como eu iria dormir sabendo que o Nate está por aí, fazendo num sei o quê com alguém. Anne? Cerrei os punhos e respirei fundo.
- Não importa. - sussurrei.
O que eu estou pensando? E se aconteceu algo mesmo, algo sério? Ou será que foi por causa daquilo que aconteceu no quarto do Austin? Mas não aconteceu nada! Talvez esse seja o problema. Não isso não tem sentido! O Nate não sairia por aí por causa disso. Passei a mão na minha franja suspirando grosseiramente.
- Mels! - gritou Austin entrando do nada no meu quarto. Quase desmaiei de susto mas sorrir ao ver aquele pestinha. Ele veio correndo e se jogou na minha cama, sorriu pra mim enrrugando o canto dos olhos e por um instante vi o irmão dele na minha frente.
- Você já está melhor? - perguntei tocando a testa dele.
- Sim, tomei todo tipo de remédio. - ele disse e eu rir porque sabia o que ele havia passado, Cora sempre me enche de remédio e comida.
Austin realmente parecia estar melhor, seus olhos estavam mais vivos e sua pele corada.
- Austin... Você viu seu irmão hoje? - perguntei e seu olhar mudou, ele deu um sorriso maroto e balançou a cabeça negativamente.
- Não vi ele hoje ainda, acho que saiu. Por que? - perguntou ele levantando as sobrancelhas, por um instante eu achei que ele estava rindo de mim ou insinuando alguma coisa mas... não. Ele é só uma criança!
- Nada, achei estranho ele não ter aparecido.
- Sei... Ele deve tá fazendo alguma coisa chata por aí. Só sabe fazer isso. - ele disse e eu consegui sorrir.
- Como o quê?
- Como... Você sabia que o Nate tem uma mania esquisita de que quando ele ler um jornal ele pega palavras e fica escrevendo o tempo inteiro, repetindo sem parar. - ele disse e eu fiquei o olhando querendo rir. - Teve uma época que ele era obcecado por simetria, você sabe né? Tudo certinho, ele passava um tempão arrumando meus carrinhos de forma simétrica... É, meu irmão é estranho. - ele disse desolado e eu gargalhei. - Eu estou falando sério Mels, o Nate tem problemas. Apesar que ele se curou de algumas loucuras mas ele pensa que eu não sei que ele deixa o garfo e a faca simetricamente proporcional no café da manhã e ele ainda fica reescrevendo palavras feito um maluco. Ele tem um caderno escrito várias vezes...como é? Imbróglio. Que porcaria é imbróglio?
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Alvorada
RandomMelinda é uma jovem amargurada. Sofreu um grave acidente, no qual a fez perder os movimentos das pernas. E se não bastasse isso, neste acidente seu noivo acabou morrendo. Melinda é surpreendida com a chegada do filho do amigo de seu pai, Nate. N...