**Nate**Eu acordei pouco antes do Sol dar as caras, na verdade acho que nem dormi direito, minha cabeça estava pesada demais pra consegui pregar os olhos. As palavras da enfermeira Tory ainda ficavam na minha cabeça e por mais que eu pensasse eu não sabia como agir.
O fato é que minhas economias já estavam acabando, e todo o dinheiro que consegui paguei a estadia da minha mãe lá. Eu precisava voltar. Precisava do meu consultório de volta, e confesso que sinto falta dele. Dos meus pacientes, não clientes, do café da Suzy e das conversas com Seu Elias. Sintia falta, mas só de pensar que deixaria Melinda, é como se metade de mim ficasse aqui. Sem contar que ainda preciso seguir o processo com ela.
Suspirei fundo, mexi no meu cabelo, e saí do quarto para ir até a cozinha. Me surpreendi ao encontrar Cora lá, com o cheiro de café perfumando a cozinha.
- Está passando mal? - perguntou ela aflita.
- Não, estou bem. - eu disse sorrindo, ela me encarou como se estivesse avaliando o que eu disse. - Estou bem, Cora. Veja só... - eu disse, dei um espaço e dei um mortal, ela arregalou os olhos e eu rir.
- Meu Deus! Não faça isso, perdeu o resto do juízo? - perguntou ela e eu sorrir. - Então porque acordou tão cedo, acho que nem amanheceu ainda. - ela perguntou e sentei em uma cadeira que estava ao lado dela.
- Estava pensando...
- Pensando? Pensando o quê? Você precisa dormir!
- Pensando na vida.
- Eu não tenho nada com isso, mas... você tá apaixonado pela Mels? - perguntou ela, e eu me surpreendi com a pergunta e não pude deixar de parecer um completo idiota na frente dela. - Desculpe, eu não devia...
- Não, tudo bem. Cora, eu quero deixar bem claro que não planejei isso, eu tenho noção de tudo e que...eu...
- Tudo bem, não precisa explicar pra mim. Mas acho que o Sr. Roland não vai gostar disso. E a Melinda... - disse ela indo em direção ao fogão.
- Eu sei, ama o Travis. Mas eu...
- Não exatamente.
- Como assim?
- Não sei se deveria falar mas, finalmente o Travis se foi. - disse ela mexendo algo na panela.
- Se foi? O que aconteceu? Ela te disse alguma coisa? - perguntei sorrindo, me levantando para sacudir Cora. - Me diz, Cora! - pedi, balançando seus ombros.
- Calma! Não sei o que houve, acho que depois de tantos conselhos ditos, eles finalmente fizeram efeito. Só sei que ela destruiu as cartas dele e disse pra mim que iria recomeçar.
Só de ouvir ela dizer a palavra recomeçar um sorriso brotou nos meus lábios.
- Ela disse isso pra você Cora? Ela disse que iria recomeçar? Foi isso que ela disse?
- Sim, foi isso.
- Eu...eu...Não acredito!
- Ainda não acredito também, mas aconteceu. Obrigada.
- Porque você tá me agradecendo? Ela quis mudar, eu...eu preciso falar com ela!
- Ela deve estar dormindo, olhe que horas são!
- Eu sei... É só que eu... eu não tô conseguindo segurar a felicidade.
- O senhor fica assim sempre quando isso acontece?- Ah claro, é gratificante. Mas a Melinda é... diferente.
****
Tomei o café da Cora, o que só piorou minha agitação. Eu precisava falar com Melinda, precisava saber o que estava passando na cabeça dela, o que ela estava sentindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alvorada
RandomMelinda é uma jovem amargurada. Sofreu um grave acidente, no qual a fez perder os movimentos das pernas. E se não bastasse isso, neste acidente seu noivo acabou morrendo. Melinda é surpreendida com a chegada do filho do amigo de seu pai, Nate. N...