Capítulo 18 - Lutamos em Miami

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Passou-se quase um ano desde que recebera a profecia. Preciso contar tudo o que aconteceu. Primeiro de tudo foi que o garoto que era minha "sombra" segundo o Oráculo chama-se Percy Jackson e é o filho de Poseidon. Seu chalé é vizinho ao meu. No meio do ano, descobriu ter um "irmão" chamado Tyson, um ciclope. Grover, o sátiro que trouxe Percy, acabou por se tornar um de meus melhores amigos, assim como os filhos de Poseidon. Acho que eu, Percy, Annabeth e Grover tivemos várias aventuras um tanto quanto curiosas, algumas com Tyson, já que ele trabalhava em uma das forjas de seu pai quase que o ano todo. Luke, Clarisse, Beckendorf, Silena e os Stroll continuaram os mesmos. Era quase que uma supervisora dos campistas e como teste, lutavam no final da semana contra mim. Devo ter tido umas vinte missões relacionadas ao fim do Olimpo, à volta de Cronos, monstros milenares atacando mortais e uma dezena de brigas no Solstício de Inverno. Bom, até agora a profecia cumpriu suas duas primeiras linhas. Percy era minha sombra e eu tinha de ser sua líder, além de líder dos campistas, exércitos imortais e mortais.

Nos meses de verão não consegui encontrar Phoenix em seu chalé, e se ele fosse ao meu, todos perceberiam. Nos encontrávamos em alguns momento livres perto do pavilhão, no bosque ou nas poucas celebrações que tínhamos. Ninguém sabia, apenas alguns de seus "irmãos". Lembro-me que acabei nos denunciando quando extrapolamos um pouco e não ficamos na rotina de sempre. Acho que meus arranhões em suas costas foram um pouco marcantes demais. Falando em amor, Juniper e Grover começaram a namorar, são tão fofos juntos. Annabeth perdera o interesse por Luke e decidiu se focar mais em seus estudos acerca da arquitetura. Clarisse e – por mais bizarro que seja- Tyson começaram a namorar. Beckendorf e Silena continuarão o amor de Hefesto e Afrodite. Os Stroll decidiram continuar a pregar peças em todos nós ao invés de namorarem. Algumas pessoas chegaram ao acampamento fora da temporada de verão: Nico, Bianca e Emma DiAngelo – filhos de Hades, Anna – filha de Dioniso, Ariel – filha de Hécate, Tiana – filha de Deméter, Sophia – filha de Ares, Gina – filha de Afrodite, Aurora – filha de Apollo e Tina – filha de Hipnus.

Bianca se tornou uma Caçadora de Ártemis, mas morreu em combate. Nico culpou Percy por um longo tempo – até descobrirmos sua queda pela Cabeça de Alga (apelido de Percy, dado por Annabeth logo que ele chegou). Emma era uma garota tranquila e bela, mas muito poderosa. Luke se apaixonou por ela, e assim, começaram a namorar. Anna era muito alegre e amava o bosque, lá conhecera o garoto de cabelos negros e olhos verdes chamado Lee, irmão de Phoenix. Acho que o final você já sabe. Sophia e Ariel não se desgrudavam; eram definitivamente melhores amigas. Gina fizera – inocentemente – com que Theo, filho de Deméter, se apaixonasse por ela. Um belo casal. Tina começara a namorar com Pablo, um dos irmãos de Clarisse. Tiana preferia gastar seu tempo cultivando e curtindo suas irmãs. Aurora fazia um belo par com Alex, um dos irmãos de Annabeth e provavelmente o garoto mais bonito do chalé de Athena.

Tudo parecia bem. Parecia.

Eu estava lendo na praia enquanto Aurora e Anna treinavam com suas espadas.

- Isso não é justo. – Berrou Aurora, emaranhada em meio a parreiras. – Helena!

Olhei e comecei a rir. – De certa forma, é justo sim. Podemos usar nossos poderes como quisermos.

Anna olhava uma movimentação praia acima. Corremos até o círculo mal feito próximo ao estábulo.

- Pessoal, acalmem-se! – Lee batia palmas e tentava aquietar todos ao seu redor. – Não levaremos voluntários. Obrigado.

Corri os olhos procurando Quíron. O encontrei lendo um velho pergaminho. Meus passos deviam estar pesados, pois ele levantou os olhos e sorriu ternamente.

- Helena, já lhe explico o que aconteceu. Mas antes, preciso pedir que você e Percy juntem as garotas novas e se preparem para uma missão.

Assenti com a cabeça e esperei a má notícia espancar meu rosto: Apollo fora arrastado até uma das forjas de Hefesto no palácio de Poseidon por conta de uma briga. O deus dos mares luta contra os dois, que lutam entre si. Os filhos de Apollo partiriam para resgatá-lo assim como Beckendorf falaria com seu pai. Eu e Percy tentaríamos evitar a guerra enquanto as novatas aprendiam a guerrear.

- Partiremos imediatamente. – Sorri e fui procurar alguém que me importava mais que os outros.

Phoenix estava com uma regata marrom e uma calça de mesma cor. Um arco e um estojo de flechas nas costas. Usava uma sandália grega antiga e acessórios típicos de arqueiros.

- Oi. – Disse timidamente. – Acho que, hãn, nos vemos em breve.

- Oi! – Ele virou assustado. – Olha, hãn, se tivermos que lutar, hãn, desculpe-me, você sabe...

Dei um beijo nele e me afastei lentamente. Encontrei Percy embaixo de uma árvore. Sua roupa era simples para uma pessoa tão importante. A única coisa que o fazia realmente digno de ser chamado de guerreiro era Contracorrente, sua espada-caneta.

- Finalmente. – Disse ele sorrindo. – Está pronta?

- Sim, estou. – Ri e continuei andando. – Pois sua roupa de guerra para lavar?

- Ah, engraçadinha. E a sua? Rasgou?

Cada um foi para seu chalé se vestir. Minha roupa era imponente. Uma armadura dourada apenas sem o elmo, que eu não gostava de usar. Uma capa branca pendia dos dois ombros. Tinha Aegis em uma mão e a espada de Athena na outra. O presente que minha mãe se recusara a me dar no verão passado era uma espada dourada que pertenceu a ela quando jovem. Era abençoada por Zeus, com seu raio mestre. A eletricidade e a sabedoria nela a faziam poderosíssima.

Percy usava uma armadura verde-água também sem o elmo, um escudo de bronze feito por Tyson nas forjas, Contracorrente na bainha e uma capa da cor da armadura pendendo igual a minha. Alguns detalhes em bronze velho davam brilho ao traje.

- Vamos achar as garotas e ir para casa.

- A sua casa, né Percy? – Eu realmente entendia o duplo sentido do apelido que Annabeth dera a ele: Cabeça de Alga.

Reunimos as garotas, explicamos a situação e fomos para a praia. Colocamos três garotas em uma bolha feita por Percy, quatro em outra e eu e Percy em outra. Pedimos à correnteza que nos levasse até Poseidon.

Não esperávamos nos encontrar em Miami, no meio da praia às três da manhã. Beckendorf olhou para nós e caminhou lentamente em nossa direção.

- Sinto muito. Eu falhei. – Argos parou a van do acampamento logo atrás de nós e esperou que ele entrasse. – É tarde demais.

A Estrela do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora