Capítulo 19 - Aquela maldita profecia

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Poseidon e Hefesto estavam lado a lado olhando friamente para Apollo e seus filhos. As garotas pararam de nos seguir, tremendo de medo por conta da áurea negativa na praia. O mar estava violento e escuro, assim como o céu. Nuvens carregadas tentavam bloquear o Sol, que brilhava fortemente por detrás de suas barreiras. Percy e eu abrimos caminho por entre os dois deuses "aliados".

- Chamaram reforços também? – Apollo mascava chiclete e parecia despreocupado. – Não queria isso, Percy e Helena. Eles pediram.

- Você queria um carro, Apollo. E eu o fiz. – Hefesto parecia se lamentar. – Fui tolo em te ajudar. Você só sabe reclamar e querer mais.

- Vocês trouxeram briga ao meu palácio. Só me aliei à Hefesto, pois ele já me ajudou com as fornalhas em minha casa. – Poseidon parecia muito incomodado.

- Espera, espera. – Percy levantou as mãos e olhou para os três deuses, incrédulo. – Vocês estão brigando por conta de um carro?

- Era O carro, priminho. – Apollo riu sarcasticamente. – Hefesto tinha de colocar o motor do Sol PERFEITO E PURO no carro. Mas tinha que se meter a fazer mais coisas, e colocou uma caixa de metal que reduziu a potência que um deus precisa.

- Mais eu fiz isso para não danificá-lo! – Hefesto suplicava por perdão.

- Isso só fez com que ele FOSSE danificado. – Apollo ergueu a mão e olhou fixamente para seu inimigo. – Phoenix.

Ele deu um passo à frente com seu arco já pronto para disparar. – Arqueiros! – Gritou Phoenix como eu nunca tinha visto. Ele seria um guerreiro, não iria fingir. Seus irmãos deram um passo à frente e ergueram os arcos. Phoenix suspirou e disparou sua flecha, que fez seus irmãos o imitarem.

Ergui Aegis e explanei as flechas. Eles recuaram enquanto eu erguia cada vez mais o escudo e andava na direção deles. Percy estava ao meu lado, erguendo o escudo de Tyson. Phoenix ficou ao lado de Apollo, me olhando. Peguei minha espada, olhei para Contracorrente balançando na mão de meu aliado e desferi uma sequência de golpes quebrando os arcos dos filhos do deus do Sol.

Percy e eu estávamos de pé, olhando todos os semideuses caídos no chão. Eles levantaram e cambalearam até nós dois de novo. Olhei para as garotas e assenti. Elas sabiam o que fazer. Sophia ergueu uma espada do acampamento e atacou Lee. Ariel invocou duas empousas surgirem ao seu lado, correndo para atacarem Carlon e Brad. Anna fez parreiras segurarem Edward e Leo, enforcando-os. Tina colocou Andrew, Lewis e Perry para dormir. Tiana fez roseiras espetarem Carlos, Lucas e Jay. Gina hipnotizou Taylor e Lary com sua beleza. Emma fez cães infernais perseguirem Anthony, John, Thomas e Henry. Sam foi atacado por esqueletos da Primeira Guerra Mundial. Aurora ergueu seu arco e fez Dom e Nicolas – que corriam de um manticore – desmaiarem com uma flecha tranquilizante.

Um filho de Apollo chamado Tanus, gigante e forte, sacou uma espada e avançou para matar Percy. Ondas derrubavam o brutamonte e golpes feriam o Cabeça de Alga. Apollo ergueu a mão e Phoenix ficou em posição de ataque. Seu pai olhou o arco em sua mão e sussurrou "Espada". O semideus olhou triste para mim, mas sacou sua espada da bainha. Apollo olhou para mim e moveu seus lábios formando "Desculpe-me". Ele abaixou a mão e Phoenix correu em minha direção. Ergui a espada e começamos a lutar. Bloqueava todos os seus golpes. Os deuses pararam de conversar, as garotas de lutar e os filhos de Apollo de se defenderem. Todos nos olhavam. Percy parecia nervoso por ver a luta. Derrubei Phoenix com meu escudo e apontei a espada para sua garganta.

- Mate-o! – Gritou Hefesto.

- SILÊNCIO! – Berrou Poseidon, transtornado. Neste exato momento ele parecia muito com meu pai. – Já chega! Rapazes, façam as pazes!

- Hefesto, me desculpe. Construiremos o motor do carro juntos. – Apollo estendeu sua mão e esperou que o deus fizesse o mesmo.

- Lógico, Apollo. Vamos recomeçar. – Ele a apertou e olhou para Poseidon. – Desculpe nossa imprudência.

Poseidon sorriu e o mar ficou calmo. – Estão desculpados.

Os deuses nos agradeceram e foram embora. Estávamos sujos e sós. Tanus pediu desculpas à Percy. As garotas se desculpavam com os garotos. Eu, elas e Percy conversávamos alegres. Pedi que fossem indo para o acampamento. Os garotos conversaram e riram comigo. Estávamos todos bem. Tanus era bem legal. Agachado na praia, próximo a seu estojo, Phoenix arrumava tudo sozinho. Os garotos se despediram e eu corri até o meu herói.

- Quem diria, não? – Sorri e esperei ele se virar. Nada. – Phoenix? O que foi?

-Helena. – Ele se virou. Lágrimas corriam por seu rosto. Ele se levantou e pôs o estojo em suas costas. Repousou suas mãos em minhas bochechas. – Você é uma guerreira. Não posso negar eu foi divertido e estou muito orgulhoso, mas tenho que ir. – Ele sorriu fracamente e segurou minhas mãos. – Meu pai quer que eu seja seu arqueiro.

Meu mundo desabou. Minhas pernas tremiam. Segurei mais forte as mãos dele.

- Isso quer dizer que você não vai morar mais no acampamento?

- Por um tempo. Talvez dois anos. – Ele abaixou os olhos. Encostou sua bochecha em minha testa e sussurrou. – Desculpa.

Encostei minha cabeça em seu peito e ouvi as batidas de seu coração.

- Phoenix, não me peça desculpa. – Tentei sorrir, mas acho que falhei. – Se é sua vontade, vá. Não posso prendê-lo.

- Por isso te admiro. – Ele beijou minha testa e me abraçou. – Te vejo de noite.

- Será uma despedida? – Parecia que estava choramingando como um bebê.

- Não. – Ele segurou uma lágrima. – Será como qualquer outra noite juntos.

Ambos sabíamos que não seria bem assim. Aquela maldita profecia estava se cumprindo. Todos tinham razão: ser uma deusa traz muitos problemas.


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