Capítulo 33 - Menoécio, o titã

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Me arrastaram por metros e metros até me lançaram aos pés de um homem ranzinza. Eu tinha arranhões pelo corpo e isso deve tê-lo deixado feliz, pois ele sorriu maleficamente.

- Vejam só. Veio acompanhar seu querido pai? – Levantei os olhos e sorri junto dele.

- Não, senhor. Vim aqui pois gosto de ser torturada. – Ele me olhou com raiva.

- Levem-na até o abismo.

- Espera! – Berrei exasperada. – Quem é você?

Ele riu de forma estrondosa. – Eu sou Menoécio, filho de Jápeto e Clímene. Deve conhecer meus caros irmãos Atla, Prometeu e Epimeteu.

Não conseguia responder ou pensar. Fui arrastada até o local que Minos havia me mostrado. Lá estava meu pai. Respirava pesarosamente, com os cabelos na face, roupas sujas e esfarrapadas. Leves cortes manchavam seu rosto enquanto as correntes lhe apertavam seus pulsos.

Vi que ele me encarava. Olhei para seus faiscantes olhos e abaixei o rosto. Me acorrentaram na mesma altura que ele, com os pés e mãos sem suporte, apenas correntes. Quando os capangas de Menoécio se foram olhei pesarosamente para ele. Meu pai inspirou profundamente e sacudiu a cabeça negativamente.

- No que você estava pensando? – Ele parecia triste, o que muito me surpreendeu.

- Eu sempre tenho um plano. – Fiquei a encarar a lava borbulhante à minha direita.

Eu sabia que teria um plano. Em um futuro próximo, talvez. Sabia o que fazer.

- Por quê? Por que você faz isso, pai? – Teria de convencer Menoécio. – Seu egoísta! Queria me fazer sofrer! – Já tinha chamado a atenção de seus capangas.

- Filha o que...? FILHA PARE! – Estava conseguindo o que eu queria. Meu pai estava furioso, faiscando e criando fendas no teto da gruta.

- Eu desisto de tentar te entender. OS DEUSES SÃO EGOÍSTAS! – Quando falei isso, rochas e partes da gruta caíram e levaram nossas correntes consigo. Caímos sobre pedregulhos. Quando o deus do trovão briga com sua filha as coisas saem do controle. Os punhos e tornozelos arrastando as correntes conforme eu me arrastava até o titã.

- Quero me aliar a ti, senhor. Ajude-me. – Ele não parecia totalmente convencido. – Senhor, aquele deus nunca me valorizou. Subestimou-me. Quero ajudar alguém melhor que ele. Servirei a ti somente. – Ele sorriu e ordenou que me soltassem.

- Vigie teu pai e prove-me o que disseste. – Ele se levantou e foi embora, deixando-me só com Zeus. Corri até ele, saquei a espada de Athena e cortei com vontade as correntes. Levantei meu desacordado pai e gritei por Lira. Coloquei-o no lombo do Pégaso e pedi que o levasse até Quíron. Tinha de bolar um plano. Corri pelo local em que estava procurando o símbolo de Dédalo. Entrei no Labirinto e –como sabia andar por lá- encontrei um grupo de Athena. Reconheci Will guiando a tropa. Will era um definitivamente um filho de Athena: esperto, audacioso, criativo e leal.

- Will! – Assenti e corri até ele.

- Helena! – Ele sorriu e mandou a tropa parar. – Posso ajudá-la?

- Sim. Avise Athena que todos os deuses tem de dividir sua tropas em três: acampamento, Olimpo e Monte Tam. Achamos a toca de Cronos. Iremos batalhar agora. Sem discussão.

A Estrela do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora