Capítulo 20 - Bendito seja o grego antigo

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Minha noite fora tão calma quanto o mar do lado de fora. Phoenix chegara tarde devido a despedida de seus irmãos. Nos deitamos e ficamos lá; ele acariciando meus cabelos e eu deitada de costas abraçando sua outra mão. Já minha manhã, dolorosa demais. Era domingo, podíamos ficar até as oito na cama e a rotina era feita por nós mesmos. Quando abri os olhos estava só; Phoenix partira quando o Sol nasceu. Um bilhete na cabeceira da cama e uma caixinha dourada. Peguei o papel branco e senti o cheiro de sua colônia, impregnado por ele.

"Só amarei você. Você e mais ninguém.

Seu Arqueiro "

Abri a caixinha e retirei o colar dourado de dentro; um Sol sorridente muito bem feito e brilhante. Outro papel esperava para ser lido.

"Meu pai dera a minha mãe, que me deu na esperança que eu também desse à minha amada. Espero que goste."

Minhas mãos tremiam e lágrimas embasavam minha visão. Coloquei o colar e olhei o relógio: seis e meia. Revirei meu quarto em busca de uma blusa específica. No fundo de uma gaveta achei uma blusa do New York Yankees e uma calça de moletom. Com tanta coisa que aconteceu nesse ano, acabei esquecendo de devolver a roupa usada de Phoenix. Vesti a camiseta, coloquei um short preto e prendi meu cabelo em um coque alto.

Devo ter dormido por uma meia hora. Um sussurro macabro acariciava meus sonolentos tímpanos. "Πολεμιστής" ¹. Grego antigo. Isso não era um bom sinal. Coloquei meus chinelos de praia e me rastejei até o cômodo com alguns sofás e uma mesa redonda de vidro que se ligava com a pia da "cozinha". Atravessei o hall de entrada e prescindi algo estranho no ar. "Μη φοβάστε, αγαπητέ μου. Ελάτε να μιλήσετε" ². Resolvi confiar na voz. Se for outra profecia, juro que me atiro no... Ah, não! Esqueci que sou imortal.

¹ Guerreira

² Não tenha medo, querida. Venha conversar. 

A Estrela do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora