Capítulo 16 - "Phoenix me leva às alturas "

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Cheguei ao acampamento de forma discreta. Tomei banho e fiquei a olhar minhas feridas se curarem conforme a água encostava nelas. Me vesti sem pressa alguma. Não sabia onde minha blusa laranja do acampamento estava, então coloquei uma regata azul e uma calça jeans de laycra. Meu tênis branco e preto refletia à luz da fogueira que queimava no centro do refeitório. Recebera uma coroa de louros dourada e muitos aplausos. Conversei com todos e percebi que alguns não estavam lá. Silena, Beckendorf e os Stroll não estavam em lugar algum. Do chalé de Apollo apenas Phoenix havia sobrado. Definitivamente era o fim da temporada de verão.

Depois do jantar voltei só para meu quarto. Fui parada por Phoenix, que estava sentado na escadinha da varanda de seu chalé.

- Helena? – Ele acenou e se levantou. – Vejam só se não é minha heroína.

Dei risada e me aproximei. – Vejam só se não é o garoto arqueiro. – Parei logo na sua frente. Seu rosto estava quase todo coberto pelo breu da noite, mas pude ver seus curtos cabelos quase areia quase loiro vivo que estavam levemente bagunçados. Seus olhos estavam azuis escuros e profundos. Conversamos por alguns minutos, mas logo paramos. Nos encarávamos intensamente. Estava perto o bastante para ouvir sua respiração. Ele tinha um leve sorriso no rosto; um sorriso de quem estava apaixonado. Senti suas mãos contornarem bem devagar minha cintura. Quando suas mãos se encontraram, ele se aquietou e ficou a me olhar. Depois de alguns segundos me puxou para mais perto, até que estivesse colada em seu peito. Coloquei minhas mãos em seus braços, que pareciam mais fortes do que nunca. Fiquei na ponta dos pés e deixei que ele colasse seus lábios nos meus. Senti a melhor sensação que poderia existir. Senti alegria, carinho, desejo e amor. A sensação durou alguns segundos. Me afastei devagarinho, e o observei. Ele olhou para os lados e procurou minha mão. Com um tranco, Phoenix me puxou para dentro de seu chalé. Logo após fechar a porta, ele me prensou contra a parede. Uma de suas mãos na parede acima de minha cabeça e a outra entre minha cintura e meu braço. Passei uma de minhas mãos por seu cabelo e a repousei em sua nuca. A outra resolveu parar no meio de suas costas. Phoenix buscava meus lábios de forma enérgica. Tudo ia ficando mais intenso, e cada vez mais sentia um calor intenso. Ele procurou a barra de minha regata e começou a puxá-la. Não pensei em nada, apenas levantei meus braços. Assim que ele a jogou em algum canto, procurei a barra da camiseta laranja regata dele. Ele entendeu o que eu queria. Phoenix se afastou com uma leve risada e tirou a blusa. Não pude conter meus olhos e foquei em seu abdômen de atleta. Suas costelas estavam bem marcadas, seguidas por seis gomos definidos e dois nem tanto, acompanhados de duas entradas marcando a região pélvica. Percebi que ele me olhava; riu e foi ao meu encontro na parede. Nunca pensei que chegaríamos a um ponto tão intenso. Estávamos grudados um ao outro. Phoenix abaixara os lábios para meu pescoço e resolvera repousá-los em meu peito. Percebi que arranhava levemente suas costas, o que parecia deixá-lo mais motivado a beijar o caminho de ida e volta entre meus seios e pescoço. Senti suas mãos – antes agarradas em minha cintura – escorregavam até minha coxa. Ele se agachou e me pegou no colo. Beijava Phoenix enquanto segurava seu rosto. Ele me levou até sua cama. Colocou-me lá e se jogou por cima. Ficamos lá por um bom tempo. Descolei nossos lábios e sussurrei em sua orelha.

- Talvez seja meio tarde para eu voltar ao meu chalé, não?

Phoenix se afastou para que eu visse seu rosto. Sua expressão era suave, mas agressiva, o que causou um paradoxo divertido. Ele sorriu, mas seus cabelos bagunçados e sua face me fizeram crer que era um sorriso levemente malicioso: Talvez seja melhor que fique aqui. Uma pena, não? – Rimos e beijei-o rapidamente. Phoenix afagou meus cabelos e repousou sua cabeça em meu busto. Comecei a brincar com seu cabelo.

Quando acordei, estava de costas para Phoenix, abraçada na cintura por ele. Senti a luz do Sol em meu rosto e me estiquei para pegar o despertador que estava na cômoda dele. Eram cinco da manhã, faltavam duas horas para o café. Me virei e repousei minhas mãos em seu peito. Desci-as até seu abdômen e o cutuquei levemente: - Phoenix, preciso ir.

Ele acordou e sorriu. – Bom dia, minha heroína.

- Bom dia, meu arqueiro. – Enquanto Phoenix afagava meu cabelo, eu acariciava sua bochecha. Puxei seu rosto para perto e o beijei. Levantei e desvirei minha regata. Ele se levantou e se espreguiçou. Abracei sua cintura e dei um rápido beijo de despedida. Sorri e deixei ele me beijar por mais tempo.

- Te vejo no café, minha deusa.

Parei na porta e olhei para ele. – Obrigada, Phoenix. Talvez o calor que eu sinta venha de um certo amor. – Pisquei e senti que, ao virar, Phoenix segurou meu cotovelo.

- Como posso deixá-la ir depois de ter sido correspondido? – Ele riu e me encarou. – Saiba que você não é só uma amiga. Você é aquela que eu sempre amarei.

Beijei-o e corri para meu chalé. Fechei a porta e desabei no píer, brincando gentilmente com a água. Resolvi ir tomar banho ás seis. Procurei minha blusa laranja do acampamento, coloquei uma calça preta rasgada nos joelhos e um tênis igualmente preto. Caminhei lentamente até o pavilhão do refeitório. Depois da rotina ser divulgada, sentei só em minha mesa e encarei a comida. Phoenix comia lentamente, olhando para um livro velho de dura. Quando percebi o que estava fazendo, pensei maravilhada e assustada: "Estou apaixonada". Logo minha felicidade me deixou só com um pensamento muito infeliz: "Phoenix é um semideus, e eu uma deusa". Eu era imortal, como ficaria com ele? Os deuses não me deixariam ser mortal. Afastei esse pensamento da cabeça e conclui: que seja interno enquanto dure.

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