O Sangue Das Elites Distintas

Capítulo 16

A terça-feira começou deprimida para os Lights. Embora a noite não tivesse terminado tragicamente, só o fato de ter perdido a missão era um motivo de chateação. Uma joia de seis milhões de dólares roubada, abrigada em algum lugar fora do alcance dos proprietários e das autoridades.

Nunca vamos encontrá-la.

Jenifer e Clair tentavam levantar os ânimos passeando pelo shopping, comprando roupas e acessórios. Funcionava.

Já Rafael Chalk, por outro lado, se sentia culpado pelo fracasso. Culpa da gata diabólica.

Ela também jogou muito sujo! Me acertou no lugar de muita sensibilidade.

ㅡ Toma ㅡ Maxwell entregou uma bolsa de gelo. Quando Rafael ia pegá-la, o outro recuou. ㅡ Quais as palavrinhas mágicas?

ㅡ Meus ovos estão doendo, Max ㅡ choramingou. ㅡ Me dá essa bolsa pelo amor dos meus futuros filhos!

Lawrence deu uma risadinha baixa e sentou no sofá menor, já que o amigo estava deitado no grande, com uma perna em cima do encosto. O Físico soltou um gemido baixo ao pressionar a bolsa de gelo na região dolorida. Respirou bem fundo e tombou a cabeça no braço do sofá.

ㅡ A gatinha te chutou de jeito, digo, pegou de jeito. ㅡ Maxwell falou. Não queria estar no lugar do melhor amigo. Ouviu este resmungar alguma coisa. ㅡ Escuta, não fique se culpando por isso. Podia ter acontecido com qualquer um. Um homem, claro.

ㅡ Se eu não tivesse a subestimado... ㅡ Apertou os olhos.

ㅡ Ou fechado as pernas ㅡ Sussurrou o moreno.

ㅡ Aish. ㅡ Choramingou mais uma vez. ㅡ A questão é que foi minha culpa o fracasso da missão, Maxwell!

Rafael estava com um pouco da masculinidade abalada, não por ter sido derrotado por uma mulher, mas sim pela forma, a dolorosa e constrangedora forma que foi nocauteado por aquela atraente e diabólica gata.

ㅡ Ei ㅡ Maxwell se ajeitou no sofá, uma perna por cima da outra de forma espaçosa. ㅡ Se não fosse por você, aquele cara do Agnus Dei não estaria sendo interrogado por Trevor e Robert agora.

Respirou fundo e concordou. Pelo menos uma coisa haviam conseguido naquela missão. Pensando por outro lado, até que ela não fora totalmente perdida. Lawrence tinha seu jeito pessoal para aliviar a tensão, fosse grande ou pequena, dificilmente falhava.

ㅡ Estou com fome. ㅡ Disse Rafael ao sentir a barriga roncar. Fez uma careta, não tinha feito nada a manhã inteira, não conseguia por causa da dor no membro entre as pernas.

ㅡ Eu também. ㅡ Lawrence se levantou. ㅡ Vou fazer algo para comermos.

ㅡ O que vai preparar?

ㅡ Não sei ㅡ Deu de ombros e caminhou até a cozinha ㅡ Acho que omelete.

ㅡ Ha-ha-ha. ㅡ Rolou os olhos.

Rafael fez uma careta birrenta em desaprovação às palavras sugestivas do moreno alto.

ㅡ Nem sei porquê você é meu amigo!

•••

Se existisse uma máquina para medir a tristeza e o desapontamento, a quantidade daquele sentimento, ao ter Mitchell como paciente, apontaria seu estado acima da média.

Um caso crítico.

Marina não tinha saído do quarto desde que chegara da missão, pela madrugada. Não estava com vontade de ir à faculdade, muito menos para o Refúgio. Queria evitar questionamentos sobre a missão. Não estava pronta para falar sobre. Não sabia o que dizer a respeito. Teria coragem de contar aos membros do Lights tudo que aconteceu na sala de segurança?