Capítulo 2

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Todos se viraram para encarar Maxwell Lawrence, o Físico franziu o cenho, suportando os olhares julgadores sobre si por poucos segundos. Até alguém se manifestar:

ㅡ O que você fez? ㅡ Rafael cruzou os braços sob do peito, fazendo Maxwell sobressaltar com aquela acusação. ㅡ Sério, o que você aprontou dessa vez?

Que absurdo!

ㅡ Eu não fiz nada! ㅡ mas os olhares ainda insistiam, todos querendo arrancar alguma coisa do sujeito.

Maxwell Lawrence era alto, dono de um porte físico forçoso e vigoroso, com olhos castanhos esverdeados. Um Mighty do Grupo Físico. Seu cabelo preto bagunçado trazia um charme natural. O corpo definido preenchido com diversas tatuagens espalhadas pela pele clara, a maioria das imagens ocultas no uniforme azul de treino. Entretanto, a figura de dois triângulos invertidos no pescoço era visível, tinha um significado pessoal para o Físico: uma forte relação.

Mesmo com características relaxadas e divertidas, Maxwell era dono de uma força fora do comum, era este o seu poder, a Super Força.

ㅡ É uma falta de respeito ter amigos que não acreditam em minha humilde palavra. ㅡ posicionou a mão frente ao rosto, dramatizando.

Trevor respirou fundo. Esses garotos realmente não tem jeito, pensou ao rolar os olhos. A maioria nem parece adulto. Deu um leve empurrãozinho no ombro de Max, indicando para prosseguir.

ㅡ Se apressem ㅡ guiou os jovens pela sala de treino. Passaram direto pelo cômodo com os equipamentos e armas de combate, logo pelo vestiário e seguiram até o corredor claro. A Organização não iria durar muito, só o suficiente para capturar os irmãos Lovetz, quando estes fossem eliminados, o lugar seria desativado e, talvez, reconstruído. Isso, se os planos não mudarem futuramente. Infelizmente, existiam Mighties tão perigosos quanto The Darkness.

Estavam no subsolo do Protection Mighty, acima do porão de abastecimentos e utilitários, e abaixo do calabouço subterrâneo. Ou seja, no meio dos três níveis do solo, a Base improvisada dos The Lights se encontrava, rodeada por uma camada protetora forte o suficiente para aguentar ondas sísmicas de força, ocasionadas pelos treinos intensos.

Anny acreditava ser perigoso o conhecimento humano sobre os Mighties, tinha o apoio do pai, Robert Karl. Já Agnis Mavis Lovetz, acreditava haver uma chance de mudar a realidade. De tornar o mundo adaptável para todas as raças. O que tornava as coisas complexas era o método horripilante da Darkness.

Permanecer secretamente e conviver com seus semelhantes Mighties era o bastante para levarem uma vida tranquila, achava Thara. Viviam dessa forma há anos.

Uma porta de metal apareceu no final do corredor, bloqueando a entrada e saída dos Lights. Trevor se apressou em abrir, usando uma chave do mesmo material da porta. Quando aberta, um minúsculo cubículo foi revelado. A parede a frente de alumínio, refletia um borrão das figuras Mighties presentes; O Portal de teletransporte, ativo, embora, ainda fechado.

Trevor Colleman se posicionou de lado e levantou a manga da camisa, o braço grosso destacado de músculos revelando os pontinhos (semelhantes a sinais naturais) que se alinhavam na Constelação de Aquário, sua Source Core.

De repente, um brilho cintilante e mágico surgiu, nada discreto, como se raios solares atingissem a superfície de um riacho congelado. Os tons azulados e lilases como um colírio para os olhos.

ㅡ Vamos, podem passar. ㅡ disse Trevor, apontando para o Portal aberto. Rafael foi o primeiro, seguido de Marina e Maxwell. Colleman só o atravessou depois do último Light.

Se viram dentro de um cômodo estreito e vazio, de paredes esbranquiçadas e piso liso. A outra ponta do Portal sendo um belíssimo quadro enorme, que cobria boa parte da parede, a figura suave da falecida esposa de Robert Karl. Ao lado do quadro, uma escultura de gesso de um busto feminino sem expressão.

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