Capítulo 26

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Uma vez, anos atrás, uma senhora de vestido longo e desbotado, sentada próximo a uma lata de lixo, virou-se para uma pequena Jessy, que havia dado um suculento sanduíche com fatias de peru, embrulhado em uma embalagem, e exibiu seu hálito de casca podre ao dizer: "Obrigado, meu bem. Não deixe que sua pureza seja contaminada por este mundo sujo." Dias depois, Jessy descobriu que a senhora havia morrido, ela nunca descobriu a causa da morte, mas comentários distintos surgiram alegando que a senhora havia morrido por uma infecção gravíssima no fígado.


Considerando o que era hoje, Jessy havia seguido o pedido daquela pobre senhora.

A segunda-feira preguiçosa raiando, o início da rotina voltando como uma roleta.

A Mighty de poderes Neutros usava um casaco fino e branco, este cobria parte da camisa de igual cor. O tecido azulado com estampa de girassóis era a saia longa que Jessy escolhera para completar seu visual do dia.

Manhattan e sua movimentação rotineira não surpreendia ninguém, muito menos os turistas. Mesmo na manhã de Segunda, o percurso animado dos visitantes dava a impressão de ainda ser sábado.

Era impossível contar nos dedos a quantidade abundante de hotéis, lojas, bares e restaurantes na Times Square. As dezenas de telões acompanhavam o percurso da Mighty, no entanto, nenhum olhar curioso ou investigativo se encontrava na Neutra. Atravessando a rua, às pressas, Jessy, se apertou entre o acúmulo de pessoas que repetiram sua ação. Assim como elas, Cooper precisava chegar em um certo lugar.

Abriu um sorriso ao ver o quadricular painel luminoso, na qual uma animação de uma mulher desfilando com um belo vestido passava. A seguir, tomando conta da tela, o nome da loja: Belle Lavoie.

A vitrine da loja mostrava os manequins usando belíssimos vestidos, todos com tecidos de cores vivas e radiantes, os modelos criativos chamando atenção. Empurrou a porta de vidro, adentrando o lugar com cheiro delicioso de bala, o piso e as paredes nuances mais alaranjadas, em um tom puxado para o rosa.

As funcionárias usavam como uniforme um modelo de vestido médio de saia rodada, que marcava a cintura, o tecido rosa claro combinando com o cenário. As vendedoras ajudavam as clientes, mostrando os diversos estilos, desde os mais formais aos mais informais.

ㅡ Jessy! ㅡ chamou alguém. A mencionada virou o rosto e se deparou com o olhar esmeralda da dona da loja.

ㅡ Tamara! ㅡ sorriu e se aproximou da mulher alta, de corpo volumoso e avantajado, de pele bronzeada e fios cobres semi presos, as pontas onduladas abaixo dos ombros. Se abraçaram rapidamente. ㅡ Desculpa estar te atrapalhando. A loja está bem movimentada.

Tamara empurrou o óculos contra o nariz longo e fino, negando com a cabeça, sinalizando às funcionárias que faziam um ótimo trabalho atendendo à clientela. Tudo sob controle!

ㅡ Sem dúvida minhas meninas darão conta do serviço ㅡ sorriu orgulhosa, os lábios rubros. Passou um dos braços gordinhos pelos ombros da Mighty, a encaminhando para uma parte da loja. ㅡ Chegaram opções lindíssimas de vestidos, eu... ㅡ o celular que estava na mão começou a vibrar, olhou o nome que piscava na tela. ㅡ Só um minutinho, meu anjo, essa chamada eu não posso ignorar.

ㅡ Sem problema. ㅡ Jessy fez um sinal para que ela fosse adiante.

Tamara se afastou um pouquinho, dando as costas para a Neutra. A dona da loja apoiou o celular no ombro, usando as mãos livres para encaixar um vestido em um cabide e o entregar para uma de suas trabalhadoras.

O Sangue Das Elites Distintas Onde histórias criam vida. Descubra agora