O canadense tinha chegado no seu prédio fazia alguns minutos, só que antes de pegar o elevador, tinha parado na portaria e o porteiro confirmou a saída de Maxwell pela madrugada, uns minutinhos antes do caos acontecer na casa de Colleman.
O Chalk parecia um zumbi ao entrar no apartamento, com os olhos inchados de sonolência e o rosto abatido pelo cansaço. Ele só queria que o dia acabasse tranquilamente.
Agora, já passando do meio dia, Maxwell insistia em não atender a droga do telefone. Se tinha uma coisa que odiava era isso. O que custa apertar a porcaria do botão verde?!
Primeiro, acordar no meio da madrugada com uma amiga transformada em coruja bicando a janela e berrando desesperadamente era uma forma de perturbar os nervos de alguém, principalmente de alguém deveras cansado. E aquela nem era a pior parte. A parte péssima da história foi ter que desenterrar o corpo de Trevor, lutando contra o tempo e pedindo para que este tivesse vivo.
Clair também não tinha dado sinal de vida. A de cabelo roxo era a única que poderia dar melhor suporte de locomoção coletiva. E Maxwell era o único que poderia tirar o peso dos escombros sobre o corpo de Colleman com mais facilidade. Os mais essenciais para o resgate tinham sumido.
Além disso, não tinha visto a Física no Refúgio pela manhã.
O som da porta sendo aberta fez Chalk abrir os olhos e virar o rosto para tal direção.
ㅡ Ah, olha só quem resolveu aparecer! ㅡ Maxwell não fez questão de disfarçar o rolar dos olhos. Fechou a porta atrás de si. ㅡ Você tem um telefone, seria bom se usasse quando preciso!
ㅡ Agora não, Rafael. ㅡ foi o que disse, largando o capacete no chão e indo diretamente para a cozinha. Estava cansado, com o rosto afetado pela madrugada igualmente agitada.
ㅡ Como assim "Agora não, Rafael"? ㅡ seguiu o melhor amigo, inconformado com a ação alheia. Ele não podia desaparecer em um dia e aparecer no outro sem dar uma boa explicação. Maxwell voltou a rolar os olhos e buscou por sua garrafinha de água na geladeira. Rafael respirou fundo, tentando não perder o resto da paciência. ㅡ Maxwell.
ㅡ Caramba! ㅡ foi a exclamação do mencionado. ㅡ Não me trate como uma criança, Rafael! Qual é, fazer uma tempestade por causa de uma noite.
ㅡ Acontece que não foi uma simples noite. ㅡ se aproximou do outro Físico, sério. ㅡ Trevor quase morreu. Te liguei mais de mil vezes para que fosse ajudar no resgate e nada!
Maxwell quase se engasgou com a água, ele sentiu o líquido descer como uma pedra pela garganta, o fazendo tossir algumas vezes. Demorou um pouco para se recuperar do susto e ter fôlego para pronunciar, com certa dificuldade:
ㅡ O quê?! ㅡ limpou o queixo molhado com as costas da mão. ㅡ O que aconteceu com Trevor?
O canadense agradeceu mentalmente por ele ter entendido a gravidade da situação. Tinha a total atenção do Físico para si.
ㅡ Trevor e as filhas dele foram atacados, Max ㅡ explicou, um pouco mais devagar, agora tentando suavizar o tom da voz. O susto que queria causar em Lawrence efetuado com sucesso. ㅡ Eles estão bem. Mas Trevor está desmaiado há horas.
O outrem piscou contra o choque, não acreditando.
ㅡ E eles foram atacados por quem? Pelos Darkness? Agnus Dei?
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O Sangue Das Elites Distintas
General FictionMighties, termo usado para classificar uma raça com habilidades não-humanas. Seres que vivem ocultos dos humanos, com medo de uma repercussão desagradável que afetaria o Mundo como um todo. O fato de precisarem ficar ocultos, além da falta de ensin...