Capítulo 24

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Ainda era domingo de manhã, e Nayelly ouviu um resmungo dolorido de Nathália, a flagrando caminhar pelo quarto. Levantou-se da cama, vestia uma camisa branca sem mangas e uma calça moletom cinza. Fez uma careta na direção da amiga.

ㅡ Deixa eu ver ㅡ Exigiu a Física.

ㅡ Ver o quê? ㅡ Ergueu uma sobrancelha.

ㅡ Levante a camisa, eu quero ver o que fizeram em você! ㅡ Cruzou os braços.

ㅡ Eu estou bem! ㅡ Garantiu, o rosto ficando sério. ㅡ Só não ficarei bem caso alguém descubra o que fiz, agradeceria se esse assunto fosse encerrado.

Ela só podia estar brincando consigo.

ㅡ Você perdeu completamente o juízo. ㅡ A mais alta apontou o indicador para a alheia. A atitude despreocupada dela era inconsciente e inconsequente! ㅡ Pode "estar bem" agora, ㅡ Fez aspas com os dedos. ㅡ Mas eu não quero ver quando sua sorte te abandonar.

A cacheada se limitou a rolar os olhos e passar a toalha por cima do ombro. Teria que tomar banho rápido, trocar os curativos, passar a maquiagem em alguns pontos do rosto e se entupir de remédio.

Ela virou para a amiga e a flagrou emburrada. Conseguia ver a preocupação misturada com raiva borbulhar nos olhos castanhos de pinceladas verdes da Mighty.

ㅡ Eu consegui o dinheiro. ㅡ disse, como se fosse mudar algo. ㅡ Se algo acontecer, não estaremos tão prejudicadas. ㅡ Nathália era ansiosa, com preocupações e até alucinações "futuristas" que eram bizarras para Niemann. ㅡ Não fica assim.

"Não fica assim", "Não fica assim". Essa bobona. Mi-mi-mi.

ㅡ E como você quer que eu fique? Se eu quisesse te ver roxa e quebrada, eu mesma bateria em você! ㅡ Retrucou com um bico frustrado. ㅡ E se notarem, Nathália?

ㅡ Não vão.

Nayelly grunhiu impaciente, sentindo uma súbita vontade de criar um atrito "acidental" entre o próprio chinelo com a cabeça da Neutra, mas se conteve. Odeio ela, mas a amo também.

ㅡ Argh ㅡ Passou a mão pelos fios, fechando os olhos e respirando bem fundo, recuperando parte da paciência. ㅡ Vamos, eu irei te ajudar.

•••

Nayelly passou uma camada de maquiagem no rosto da melhor amiga, cobrindo os rastros de uma noite conturbada. Ambas estavam no banheiro feminino da Organização, sentadas no banco amadeirado pendente diante da imensa pia e do espelho largo.

ㅡ Sorte sua me ter como amiga ㅡ Nayelly murmurou. ㅡ Tomou o analgésico?

ㅡ Vou tomar ㅡ sentia pontadas de dor no abdômen, nas costas e costelas. Forçou um sorriso, mudando o foco da conversa ao lembrar de algo: ㅡ Como foi o seu encontro com o galã do strip?

Nayelly nem sabia por onde começar, havia sido tão divertido e maravilhoso. Rafael era um homem intrigante, bonito e agradável. As conversas fluíram naturalmente, assim como a intensidade do resto da noite.

ㅡ Foi muito legal ㅡ Deu uma risada curta para si mesma, não achando as palavras certas para explicar. Mas se esforçou para resumir a noite: ㅡ Bebemos, o irmão doidinho dele apareceu, ele até que é fofo. Enfim, nós comemos e depois dançamos por horas! Houve uma química muito boa entre nós.

Nathália gesticulou com a mão, aguardando a continuação. Mas nada disse a outra Mighty.

ㅡ Só? ㅡ franziu o cenho. Nayelly não era o tipo de mulher que voltava com as mãos abanando. ㅡ E não aconteceu mais nada?

O Sangue Das Elites Distintas Onde histórias criam vida. Descubra agora