Capítulo 39

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Buscar uma palavra para definir a noite tida com Rafael não foi algo difícil. Perfeita. Nayelly a encontrou com facilidade, e esta vibrava na garganta, seguindo as mesmas emoções que sentira com Chalk, após irem a um motel, onde terminaram a noite com paixão e luxúria. Mas, com pesar, Nayelly teve que deixá-lo sozinho naquela cama, que ainda pinicava pela movimentação e a troca de energias intensas feitas sob ela. De verdade, queria ficar com ele até o dia seguinte, mas precisava ir, não podia chegar atrasada na Organização. Todos os Darkness tinham horário de volta, e as consequências de um descumprimento podia ser exaustiva.

Enquanto seguia pela entrada do esconderijo, as lembranças do "Grand finale" vieram, o que justificava o quão suas pernas estavam bambas. O tecido do vestido preto um tanto amassado. Seria capaz de disfarçar ao chegar?

Respirou fundo. Atravessando o portão metálico para adentrar o hall iluminado pela luz forte dos candelabros. Nayelly virou o rosto para o relógio antigo pendurado na parede de blocos cor de chumbo, era quase uma hora da manhã, tinha chegado a tempo. Ufa.

O hall era escuro por natureza, mesmo com os candelabros, lembrava um castelo antigo, talvez um assombrado. Mas um assombrado íntimo. Uma casa, para quem não lembrava ter tido uma antes dos doze anos.

Passou pelo par das fileiras com as três colunas. Ergueu um pouco a cabeça para observar os dragões sustentados nelas, todos de mandíbulas abertas, com a língua sibilando. Nayelly gostava das figuras draconianas, principalmente da que estava pendurada no teto, estando presa por correntes grossas e fortes. A escultura de material metálico era realista. O dragão que parecia cuspir fogo. Aquele, aquele em específico era seu preferido. Mesmo sendo apenas uma escultura magicamente construída, Niemann sentia uma intensidade forte ao olha-la. Não sabia explicar exatamente.

Nayelly adentrou uma das duas passagens do hall escuro e sombrio, a que dava para os corredores das alas dos banheiros e dos dormitórios. Só que, antes de tomar banho, precisava fazer uma certa coisinha.

Tinha que passar no quarto para dizer a Nathália que estava viva.

O corpo da Física era iluminado solamente pelos candelabros grudados nas paredes. A luz do fogo fazendo a Mighty lembrar do fabuloso encontro. Foi ardente, quente, como a do elemento presente nos castiçais. Soltou um breve suspiro, ainda encantada com as maravilhas do encontro.

Apressou os passos para chegar de uma vez, atravessando o refeitório geral, o corredor feminino dos banheiros e, por fim, percorrendo pelo caminho vazio dos dormitórios. Mordeu o lábio inferior, desta vez seguindo pela ponta dos pés, evitando fazer barulho para não despertar Kelly e Lexy.

Abriu a porta de ferro devagar, espiando o espaço escuro e simples, conseguindo avistar a silhueta de sua melhor amiga deitada na cama, aparentava dormir.

A luz do candelabro do corredor preencheu parte do quarto com a abertura da porta.

ㅡ Pensei que não fosse chegar a tempo. ㅡ murmurou a cacheada assim que Nayelly ameaçou fechar a porta e sair. A neutra sentou-se na cama e bocejou, a pouca luz que escapava pela brecha da passagem iluminou suavemente a feição sonolenta da mais nova. ㅡ E aí? Como é que foi?

Niemann abriu a porta de vez, parecia radiante. Hm. Pelo sorriso e o brilho no olhar alheio, Nathália já tinha sua resposta. Com certeza foi boa.

ㅡ Simplesmente incrível! ㅡ disse a Física, ainda empolgada. ㅡ Eu prometo contar tudo quando tomar banho, certo?

Viu a amiga assentir e girou por cima dos calcanhares protegidos pelas delicadas sapatilhas.

ㅡ Nayelly? ㅡ ouviu o chamado de Swan.

ㅡ Oi. ㅡ a primeira regrediu alguns passos para olha-la.

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