Nayelly não conseguia parar de admirar o local rústico e de energia praiana. Tropical Bohemia.
ㅡ Esse lugar parece ficar mais bonito a cada visita. ㅡ comentou, a voz abafada pela música.
Ficou encarando a iluminação colorida das luzes. As características tropicais não deixavam de chamar a atenção da Mighty. As paredes de madeira escura carregavam quadros de paisagens praianas, com belíssimas pinturas das praias mais bonitas do Brasil e Bahamas. Como já era de esperar, o bar estava com bastante movimento. Alguns funcionários caminhavam pelo espaço, atendendo alguns dos clientes sentados diante das mesas cobertas por tecidos lisos branco, e no centro, delicados jarros com flores.
Niemann se encaminhou até o balcão, observando a estante com diversas garrafas coloridas de bebida logo atrás. Sem a presença do barman, resolveu sentar em um dos bancos altos, esperando alguma mesa esvaziar. Uma mulher brilhava no palco, entretendo os clientes com sua voz bela, aveludada e encantadora.
ㅡ Olá. ㅡ o barman saltou, estava organizando uma bagunça no chão. Nayelly se sobressaltou com o susto, pondo a mão no peito. ㅡ Ops. ㅡ riu sem graça, encolhendo os ombros. O rapaz tinha o cabelo cacheado e volumoso, cor de cobre, o penteado exigia as laterais raspadas. ㅡ Sinto muito. ㅡ pediu, acanhado. ㅡ O que quer beber?
ㅡ Poderia me ver um refrigerante?
ㅡ Claro, só um instante. ㅡ deu as costas à Mighty.
ㅡ Gostaria de uma mesa perto do palco. ㅡ comentou para o homem, com o plano de surpreender um certo canadense. ㅡ Acha que consigo?
ㅡ Claro. ㅡ respondeu, voltando com um copo de cristal e uma lata de refrigerante. ㅡ É só aguardar.
ㅡ Certo. Ahn, Rafael Chalk canta hoje?
ㅡ Sim, senhora.
Um curvar involuntário cresceu nas laterais dos lábios, contente.
ㅡ Obrigada.
Só esperava que ele lembrasse de si, ou que não lhe tratasse de forma mesquinha e idiota. Torcia que ele fosse leal ao cara bondoso e gentil que havia conhecido, que aquela primeira impressão não tenha sido falsa.
O Teste de Competência do dia anterior terminou de forma estranha. Sequer deu tempo de finalizar o objetivo e o responsável pela supervisão parecia pouco se importar, seus pensamentos estavam longe do esconderijo. E hoje, sexta-feira, Agnis liberou a saída dos subordinados, por um motivo que ninguém contestou. Remexeu o pescoço, movendo-o de um lado ao outro. Os treinamentos dos Darkness eram intensos por natureza, portanto Nayelly mal sentia dores pós treino. No Teste não foi muito diferente. Não podia dizer o mesmo de Nick, embora ele tentasse se manter firme, vivia resmungando de dor pelos corredores da Organização.
Respirou fundo, batucando a superfície do balcão com as pontas das unhas, criando um som abafado pela quantidade estridente dos aplausos repentinos.
ㅡ I love it when you call me señorita ㅡ aquela preciosa voz começou a cantar, ganhando assobios e a atenção de Nayelly Niemann. ㅡ I wish I could pretend I didn't need ya.
Rafael fechava os olhos delicadamente enquanto sua voz ecoava, tão suave e graciosa quanto a brisa relaxante do fim da tarde. O sorrisinho que dava ao respirar entregava o quanto se deleitava de prazer ao cantar. O microfone próximo aos lábios em um tripé, o violão apoiado no joelho, os dedos escorrendo pelas cordas.
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O Sangue Das Elites Distintas
General FictionMighties, termo usado para classificar uma raça com habilidades não-humanas. Seres que vivem ocultos dos humanos, com medo de uma repercussão desagradável que afetaria o Mundo como um todo. O fato de precisarem ficar ocultos, além da falta de ensin...