rager teenager

having a bad idea!

— Eu passei quase toda a noite pensando nisso, e eu preciso fazer algo – Lalisa disse a Minnie enquanto mais clientes passavam.

— Agora me diga, onde você ficaria em Seul?

— Não sei, Jisoo poderia me ajudar nisso assim como ajudará minhas amigas.

— Hum, entendi.

Lalisa riu como aquilo soou. Ela sabia o quanto Minnie se preocupava e talvez aquilo também fosse uma crise de ciúmes.

— Pensa um pouco, seria ótimo para mim. Se passaram cinco anos e eu nunca dei muita sorte aqui em Gyeongju porque não tem tantas opções assim para uma pessoa como eu. Entende que eu não quero passar a vida inteira trabalhando assim?

Minnie suspirou fundo enquanto olhava para a amiga. Até que fazia sentido o que ela disse.

— Desculpa, eu só estou um pouco cansada – desabafou – acho que é realmente uma boa oportunidade para você, e vai ser ótimo ter um colega de trabalho mais pontual.

— Também te amo, Minnie!

[...]

Uma música bem baixa tocava no rádio enquanto Lalisa discava o número da amiga que não ouvia a voz há semanas. Deitou-se na cama, exausta, enquanto a ligação chamava.

Se levantou no mesmo segundo que alguém atendeu, e um barulho alto começou seguido de um grito. Lalisa franziu as sobrancelhas, sem entender o que estava acontecendo.

— Alô? – Jisoo atendeu do outro lado.

— Liguei em uma hora ruim?

— Claro que não, Lisa! – respondeu animada – só espera um pouco. Hey, vocês! Calem a boca, estou em ligação! Agora pode falar Lisa, tudo bem?

— Estou ótima, na verdade – ela não sabia de que forma diria aquilo. – É que eu queria falar sobre algo que pode até assustar um pouco.

— Você? Me assustar? – Jisoo perguntou confusa. – Só vai.

Lalisa ficou alguns segundos em silêncio, mas chegou a conclusão de que não tinha chances da velha amiga reagir de forma negativa.

— Estou pensando em ir para Seul, por alguns meses, talvez – fez uma pausa entre as palavras. – Acho que eu até demorei demais para decidir.

— Seria ótimo, Lisa! Você não sabe como por muito tempo quis que você me visitasse pelo menos uma vez – Jisoo falava com uma animação que encheu Lalisa de esperança. – Você até poderia ficar aqui, se aguentasse as companhias.

— Eu estou ouvindo isso, Kim Jisoo! – uma voz gritou no fundo.

— Finge que nem ouviu – Jisoo disse, parecendo rir – agora você é minha convidada, entendeu?

— Cem por cento.

A conversa entre as duas continuou por horas, entre risadas e relatos curiosos de Jisoo sobre a capital e um possível interesse amoroso. Lalisa passou o resto do dia analisando o futuro daquela ideia, o que poderia dar certo ou errado, e as economias que tinha, e claro, falou sobre a ideia com os pais, que tinham esperança dela amadurecer em uma cidade grande.

Afinal, nada de absurdo poderia acontecer naquela viagem.

[...]

Uma semana depois...

— Tem certeza que está tudo aí? É uma mochila tão pequena!

— Mãe, é uma mochila enorme!

Lalisa ria com todo o cuidado que seus pais estavam tendo para que não lhe faltasse nada, mas não queria que se preocupassem já que estaria com Jisoo na capital – e o caminho até lá seria no carro de Cassie e as amigas.