epilogue

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8 de Agosto de 2023.
Dois Anos Depois.

Roseanne arrumou a franja com ajuda do espelho, colocou suas argolas de ouro e de última hora, jogou o cabelo para trás. Ela se virou para a câmera, e perguntou:

— Isso está gravando mesmo, né?

— Ainda não – Lalisa disse, e então, ligou a câmera. – Agora sim. Larga esse espelho.

— Tá bom.

Roseanne se virou totalmente para a câmera, com seu sorriso discreto e as mãos debaixo do rosto. Lalisa deu uma risada.

— Posso começar?

— É claro.

Lalisa virou a câmera para si, não no ângulo mais legal, mas já era bom por não estar mostrando apenas seus olhos e o nariz. Por último, apenas arrumou seu cabelo que estava curto pela primeira vez.

— Oi galera. Sou eu, a Lisa. Hoje irei entrevistar Rosé Park, vocalista principal da True Disaster. Ela está aqui para falar sobre o álbum de estreia da banda, A Sweet Chaos. Se vocês não ouviram ainda, podem ir agora.

Lalisa e Ellen criaram um blog que parecia um fã clube da banda. Ajudava bastante na divulgação das músicas e para saber do que os fãs mais gostavam.

— A gente precisa dos outros membros da banda pra isso – Roseanne fez a observação.

— Mas nós vamos fazer isso, porém, hoje, é a sua vez – Lalisa sorriu, virando a câmera para Roseanne. – O que você tem a dizer sobre o álbum estar chegando a cinquenta mil cópias vendidas, sendo que ele foi lançado há um mês atrás?

— Wow, eu achei isso incrível. Para qualquer outra pessoa, cinquenta mil cópias não é nada, mas para nós, é um absurdo, é muito mais do que gente que nos ouvia no New Moon. Quando assinamos o contrato nós estávamos esperançosos, mas nunca imaginamos fãs internacionais nos apoiando também. Esses dias vi uma foto de dois garotos com uma faixa, e nela dizia: "Sydney loves you, Rosé", tipo... As pessoas sabem de onde eu vim e sentem orgulho disso! Não é legal?

— Claro que é.

— O alvoroço quando saiu Lovesick Minds ano passado também me deixou surpresa, tudo graças a uma trend da internet. Seis meses atrás veio Places You Like, outro electro rock que eu já tinha a letra, e Jennie fez a música. Quem diria, né? Jennie Kim trabalhando na produção.

— Ela é uma artista incrível, e uma líder incrível.

— E uma futura esposa incrível – Roseanne acrescentou, entre uma risada. – Depois que terminamos a última gravação do álbum, Jennie pediu Jisoo em casamento. Foi uma surpresa para a gente, mas confesso que estou feliz. Jisoo, se estiver vendo isso, é sim uma propaganda da minha melhor amiga. Coloque essa garota nos eixos, e Jennie, juízo, por favor.

— Pelo visto, já tem algo para falar no segundo álbum – Lalisa riu. – Agora, vamos falar um pouco sobre cada música.

— Podemos começar pelas suas preferidas.

— Sério? Que fofa – Lalisa disse arrastada, com certa ironia.

— Não começa.

— Quer que eu continue a gravar ou não?

— Argh, você entendeu.

— Ok, vamos para minha terceira colocada: Free Like My Hair.

— Essa foi bem divertida para compor, é de todos nós – Roseanne olhou para o alto, como se revivesse o momento. – Nós estávamos indo para a cidade vizinha, para conhecer um produtor que era amigo do Steve. No caminho da estrada deserta paramos para comer algo, e Jennie subiu no capô, nada de surpreendente. De repente, começou uma ventania que de modo exagerado, quase levou a gente para longe. Eu só conseguia enxergar meus cabelos voando, os deles também, porque até Jae e Minhyuk não cortavam o cabelo há um bom tempo. Aí veio Jennie, em cima do capô, que gritou com todas as forças e com os braços abertos: "Eu sou tão livre quanto o meu cabelo", achamos muito legal, e ali mesmo, sem anotar nadinha, nós começamos a cantarolar frases que expressavam o que estávamos sentindo. Steve achou a cena tão legal que pegou sua câmera fotográfica, e tirou várias fotos da gente naquele momento, e uma delas se tornou a capa do álbum.

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