the color purple

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Jae pegou algumas bebidas, mas a de Ellen, foi um suco de laranja. A garota bebeu quase todo o líquido, parecendo pegar fôlego para o que diria a seguir.

— Então vocês querem saber como eu vim parar aqui – ela iniciou, com um tom duvidoso. – Os mestres não podem revelar seus truques.

— Fala sério, Ellen. Anda logo – Roseanne revirou os olhos, ela estava curiosa.

— Tudo bem, vou tentar me lembrar – Ellen suspirou fundo, e tamborilou os dedos no queixo enquanto pensava. – Tudo começou no dia em que eu saí para caminhar um pouco... Eu andei muito, fala sério, as pessoas aqui são bem mais interessantes. Houve um momento que me deparei com duas ruas, e não sabia para qual virava, porque se eu virasse para uma, podia perder algo de interessante na outra, e sabe, eu não quero perder nada enquanto estiver aqui.

— Ellen, tem certeza que os detalhes sobre a rua que você escolheu são realmente importantes? – Lalisa franziu as sobrancelhas.

— Argh, vocês são tão impacientes. Enfim, fui para a direita e encontrei um parque cheio de skatistas. Larguei minhas coisas no chão e me juntei a eles, não faria mal, até porque metade eram mais baixos do que eu. Até conheci um garoto que me emprestou o skate dele, e aí que começa. Yuri, era o nome dele.

— Espera, mas esse é o irmão da Mei – Lalisa percebeu no mesmo instante.

— Uhum. Mas olha aqui, já vou antecipando, Mei não pode saber que ele tem algo a ver com o que aconteceu hoje. Não quero prejudicar ninguém.

— Tá, tá. Continue – Roseanne pediu.

— Nós fomos tomar um sorvete, e conversamos sobre o skate, mas também chegamos em nossas irmãs cantoras. Yuri deixou bem claro que Mei entediava ele porque ela era meio manipuladora. Ela nem é tão apaixonada pelo sonho de cantar, é mais por conta da fama. Sem falar que ela tem meio que um plano de vingança.

— No caso, ela queria que tivéssemos certeza de que ela também poderia formar uma banda – Jisoo comentou, se lembrando das palavras dela sobre achar que merecia muito mais que Roseanne. – Isso é bizarro.

— É, ela deve ter ficado obcecada com a ideia, mas não sei porque acredita que isso importa para vocês. Ele me fez jurar que não diria nada, mas que Mei e sua banda sempre davam um jeito de fazer a banda concorrente perder. No começo não era assim, eles até que se davam bem, mas a Mei começou a jogar sujo pouco tempo depois: mandava alguém roubar as letras, samples, se aproximava dos membros e causava discórdia geral. Voltei para casa, e comecei a prestar atenção em tudo. Achei que não valia a pena contar isso com vocês tão preocupados com sua música. Fui boba em achar que ela poderia não fazer isso por ter se aproximado de vocês sendo que esse era justamente o plano!

Roseanne suspirou fundo. Ellen não tinha culpa, ela tinha acabado de chegar na cidade e também não sabia como funcionava aquele mundo – sem falar que o erro foi mais deles do que de qualquer pessoa em volta.

— No dia que vocês saíram, meio que, umas três horas antes, Yuri ligou dizendo que escutou uma conversa muito estranha, e que eu precisaria levar tudo que provasse que a música que vocês iriam cantar era mesmo de vocês. Eu sabia que não seria aceita lá, então coloquei a peruca loira que ganhei nas cartas e uma roupinha discreta e entrei como uma garçonete que esqueceram de anotar que trabalharia na noite do show.

— Nas cartas? – Jennie perguntou confusa.

— Ah, foi no parque também. Ganhei nas cartas contra uma senhorinha, e como ela não tinha dinheiro, pagou com uma peruca de uma mala gigante que ela carregava. Vai saber onde ela arrumou tudo aquilo.

rager teenagerOnde histórias criam vida. Descubra agora