rager teenager

don't know what to do

15 de julho de 2016.

— Posso abrir os olhos?

— Ainda não.

— Mas a gente já andou muito!

— Mas ainda não, Lalisa! Quieta um pouco.

— Argh.

Lalisa andava com os olhos vendados pelas mãos de Roseanne, mas os espremeu quando a garota se afastou, não acostumada com a claridade.

— O que achou? – Lalisa ouviu a voz como algodão doce parecer feliz enquanto esperava pela sua reação.

Lalisa não fazia ideia de como, mas Roseanne conseguiu uma casa na árvore que ficava na volta do parque principal de Gyeongju. Ela se virou para a namorada, com a cara mais surpresa possível.

— Rosé! – Ela apenas riu. Não sabia o que dizer.

— Vai, sobe.

E não esperou nem um segundo mais, Lalisa se aproximou das escadas, até que pudesse chegar lá em cima. A decoração era simples ainda, com algumas luzes e posters de desenhos que as duas gostavam pregados na parede, almofadas coloridas e muita comida também estava ali.

Pegou uma das almofadas em forma do Jake de A Hora da Aventura, o abraçando e deitando em cima de outra almofada qualquer. Roseanne finalmente se aproximou, e as duas trocaram olhares calmos e apaixonados. Ela disse:

— Eu gostaria de pausar tudo nesse momento. Essa semana está sendo um saco.

— Nem me diga. No domingo vou ter que ir em um jantar na casa de amigos dos meus pais, e minhas bochechas vão terminar doloridas de tanto fingir sorrir.

— Imagino – Lalisa disse enquanto Roseanne arrumava sua franja. – Até quando vai deixar eles venderem sua imagem assim?

— Até quando for necessário. Não vejo nenhum motivo para escapar disso depois de tanto tempo, e eu corro risco de ficarem bravos ao ponto de me mandarem de volta para a Austrália.

— E você não quer?

Roseanne não falava muito sobre o país em que foi criada, mas poucas vezes, falava sobre sua avó quando encontrava algo em Gyeongju que ela gostaria de ver.

—  Eu quero viajar no fim do ano, sem nenhum planejamento – Roseanne iniciou, nem mesmo respondendo o que Lalisa tinha perguntado antes. – Todos nós cinco, juntos no verão.

— Até mesmo o Minhyuk? Não acho que seria muito legal.

— Lalisa, não implique como Jisoo faz – Roseanne riu e bateu de leve na testa da primeira.

— Ai! Para quem dizia que ele era meio inconveniente você está defendendo demais.

Mesmo com as diferenças, aquele quinteto era provavelmente, o mais unido de toda a escola. Sempre tinham as melhores ideias, mas nunca estavam dispostos a ficar nos holofotes – o que deixava todos os outros alunos bem intrigados.

De repente, o celular de Roseanne tocou, e ela se afastou de Lalisa para atender após sorrir fraco e pedir em silêncio para que ela esperasse. Do outro lado da chamada, estava seu pai, e pela sua reação, não parecia algo urgente.

— Estão querendo que eu vá para casa – ela iniciou. – Acho que é para falar sobre uma viagem de férias. Vou encontrar com umas pessoas bem influentes lá, e isso pode ser importante para que eu seja aceita na universidade que quero.

— Tudo bem, vai lá.

— Não vai vir?

— Vou ficar mais um pouco na casa de árvore – Lalisa sorriu meiga. – Eu amei, Rosie. Queria deixar claro.