rager teenager

rhapsody of love wishes

Nos fones de Lalisa, tocava a discografia do Oasis. Desde que ela soube que Wonderwall era a música dos seus pais, e a música que sempre pediam quando iam a festas quando jovens, ela adquiriu um carinho que não poderia medir pela música e também pela banda. Sua adolescência foi marcada por bandas de rock alternativo, ainda que aquilo não tivesse influenciado muito seu estilo. Riu divertida ao ouvir Roseanne cantar Supersonic – ela estava bem grudada em Lalisa, por isso, conseguia ouvir a música que tocava nos fones.

— Você precisa fazer uma playlist para nós duas, não que eu não esteja gostando, mas não podemos ouvir só as suas músicas! – Roseanne disse um pouco mais alto, em tom irônico.

— E o que a Senhorita quer que meus fones toquem?

— Um pouco mais de Cage The Elephant e Catfish and the Bottlemen, porque essas foram influências de Jennie que eu não consegui escapar – Roseanne iniciou, parecendo realmente séria. – Qualquer uma do Green Day e Blink-182 serve para mim, eu era viciada neles. E ah! Mesmo fingindo que não gosta de música, às vezes eu ouvia minha mãe ouvindo Ace of Base escondido, e mais escondido ainda eu pegava o disco de noite e me apaixonei pelas músicas.

— Ok, ok – Lalisa disse, mas já não lembrando de metade dos nomes que Roseanne disse.

Em alguns minutos elas chegaram no apartamento de Roseanne. Ao passar pela porta, a primeira coisa que Lalisa viu foi latas de tintas em cima de jornais velhos, e Ellen fazendo a maior faxina no lugar.

— Eu falei que era para você me esperar – Roseanne disse, um pouco surpresa com tudo aquilo.

— E eu sou de ficar esperando? Também não tinha como saber quando você voltaria do ensaio ainda mais que encontrou com a Lisa – Ellen disse, sorrindo ao olhar para a última. – Bem vinda de volta, Lisa.

— Obrigada – Lalisa disse, sorrindo enquanto se sentava no sofá, quase se jogando. – Mas então, o que vocês estão fazendo? Ou melhor, o que pretendem fazer?

— Pintar o meu quarto. Rosie tem um quarto que está vazio e como eu pretendo ficar aqui até pelo menos, o fim do ano, quero pelo menos um espaço que seja a minha cara, ou seja, bonito e cheiroso – Ellen disse. – Meu aniversário é mês que vem, nós vamos fazer a maior festa onde Roseanne toca com a banda.

— Só nos seus sonhos.

Ainda que Roseanne e Ellen tivessem um humor ácido, elas dependiam uma da outra – afinal, tinham pais conservadores demais para poder contar com eles em tudo. Roseanne mandava pelo menos uma vez por mês, uma caixa cheia de coisas para Sydney, onde vivia Ellen. Nas caixas costumavam ter discos que ela comprava na loja de Jennie e sabia que Ellen gostaria de ouvir, ingressos de filmes que via para que Ellen pudesse ver também, e algumas coisas aleatórias que encontrava em lojas baratas.

Mesmo que não estivesse de acordo com a ideia de Ellen – ficar em Seul até o final do ano, e terminar o penúltimo ano do colégio ali –, ela puxou Lalisa para que pintassem o quarto vazio. É claro que bagunçaram mais do que tudo, mas no fim, duas paredes estavam pintadas de rosa pastel, e outras duas de roxo pastel. Ellen também trouxe alguns posters de artistas australianos que ela amava, eles seriam distribuídos por todo o quarto, e aos poucos, ela tirou as coisas da mala e enfeitou as cômodas também.

— Bang Chan, te amo – Ellen disse, juntando as mãos em frente ao pôster como se ele estivesse bem na sua frente. Mas logo assumiu uma pose mais séria para falar: – Daqui alguns anos vão ter posters da Rosie, quando a banda ser o maior fenômeno da Coréia do Sul. Anotem.

Roseanne não deixou de rir alto, e Lalisa até seguiu ela.

— Vou te colocar no nosso documentário falando isso, Ellen. Mas tem que ser sério, não só porque você não quer voltar para Sydney.