Imagines Mix.

Wild Ones (Jessica Jones)

-Leitora X Jessica Jones (Amizade/platônico)

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Não eram poucas as vezes em que Jessica te observava, por trás de uma tela de um laptop, sair do apartamento que a mesma vinha dividindo com você; o que era raro, no entanto, eram as vezes em que você andava de um lado para o outro entre os pequenos cômodos, cantarolando sobre sua respiração alguma música de alguma banda ou coisa do tipo, um vestido um tanto quanto formal demais para o gosto da investigadora, sem nenhum motivo aparente para tal ato.

Dizer que Jones estava nervosa, e talvez preocupada até, com o estado atual de sua pessoa era um eufemismo, um eufemismo que ela nunca permitiria expressar de modo tão rico para a sua pessoa; ela tinha medo de que a razão de sua alegria fosse a mesma razão pela qual ela praticamente te acolheu, completamente sem chão e num estado deplorável, bem diferente de como você estava agora.

Você ajeitou alguns detalhes de seu vestido e do resto de suas roupas, e quando você estava chegando perto do lugar aonde a mesma pendurava as chaves do apartamento, você percebeu que ela não estava nem um pouco feliz; não que ela estivesse em algum momento do dia, Jessica tinha motivos o suficiente para nunca estar feliz, mas era como se ela estivesse irritada com todo aquele suspense que sua súbita alegria causava ao redor do clima que, normalmente, era de angústia e problemas:

-Tudo bem, Jess?-Você se virou para Jones, as chaves do apartamento dançando entre seus dedos

-Aonde você vai?

-Um jantar...?

-Um jantar? Em plena terça-feira?-Ela observou rapidamente o calendário jogado por uma das paredes do que deveria ser seu escritório

-Era o único dia que ele tinha de folga...

A mulher apenas concordou com a cabeça, uma expressão ainda séria em seu rosto, e aquilo foi suficiente para que você se sentisse forçada a colocar as chaves de volta a seu lugar posterior e ir se sentar em frente à mesa da investigadora, como se você fosse uma entre as dezenas de clientes que ela acabava recebendo durante seus dias normais de trabalho; Jessica tinha toda a razão para agir daquele jeito, e você sabia bem disto, a ponto de que você nem tinha forças para ficar brava com ela.

Assim como Jones, você havia passado por alguns "experimentos", tratamentos que você nunca havia pedido para que fossem feitos em seu corpo, que você nunca quis que houvessem sido feitos; você não conseguia se lembrar do que havia sido feito ou mudado em você, considerando que estes foram feitos ainda muito cedo em sua juventude, mas você sabia apenas que deveria ter sido algo bem sério, já que agora você controlava mentes quando bem entendesse e quisesse. No entanto, o problema estava bem longe de acabar pelo simples fato dos seus poderes terem uma carga de lembranças ruins para com Jessica.

Você nunca teve uma figura para se identificar com, nunca teve ninguém para aprender melhor sobre seus poderes e sobre o que fazer com eles, e quando você, em determinado ponto de sua vida, finalmente pareceu encontrar alguém que entendia o que se passava dentro de você, dentro de suas veias e de seu sistema, esta pessoa não era a que deveria ter sido a destinada para lhe ensinar qualquer coisa sobre seus "presentes"; Kilgrave não podia lhe controlar, mas era como se a persuasão deste fosse o suficiente para que você, em sua ingenuidade para com todo este mundo, fizesse exatamente o que ele dizia, sem pensar duas vezes ou retrucar. Ele havia sido seu "mestre" em todos os sentidos, havia lhe ensinado sobre coisas que você nunca imaginou que aprenderia um dia, pelo menos, não sozinha, e havia sido exatamente assim que você havia cruzado o caminho de Jessica.

Seu estômago poderia embrulhar completamente apenas de lembrar da primeira vez que você encontrou Jessica Jones, a mulher de quem o seu "mestre" tanto falava; você ainda era uma marionete sendo usada por linhas diferentes dentre as outras, seguindo ordens como um cachorrinho preso a uma coleira.