One More Night (Barto Crouch Jr.)

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-Leitora!Comensal X Barto Crouch Jr.

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A marca em seu antebraço esquerdo te lembrava de escolhas erradas de seu passado cuja volta não existia; e o barulho de coisas caindo em sua cozinha te lembrava o fato de que você não estava sozinha.

Você escondeu a mesma com a manga de seu vestido, fazendo seu caminho para a parte da casa aonde um barulho ensurdecedor de panelas ecoava como se nada tivesse acontecido, talvez porque esse fosse o seu verdadeiro desejo; que nada daquilo houvesse acontecido:

-Barto, quer parar de bagunçar as minhas coisas?-Você soltou, de modo certamente doce, entrando na cozinha-Não é tão complicado assim...

-Como você consegue viver com isto?

-Isto o quê?

-Estas...coisas trouxas. Inúteis. Como consegue viver com isso no dia a dia?

Você apenas olhou para o mesmo, esperando que aquilo fosse o suficiente de uma resposta, já que você não tinha exatamente nenhuma formulada em sua cabeça para o responder verbalmente.

Seu relacionamento com Bartolomeu era algo, no mínimo, extremamente complicado; para começar, vocês dois eram comensais da morte, porém, com convicções diferentes. Bartolomeu havia se tornado um porque queria aquilo, porque era algo que lhe tinha um propósito. Já você, havia se tornado uma comensal da morte ainda muito nova, por conta principalmente da pressão de seus pais, que queriam um futuro grandioso para a filha sob os comandos do lorde das trevas. A marca para um significava algo maior, algo grande, enquanto para outro, significava um arrependimento, algo que não era realmente sua verdadeira identidade.

Como você se arrependia de ter ido pela cabeça de seus pais no ápice de sua adolescência, sem pensar completamente nas consequências que isto traria para sua vida dali em diante, sem pensar que, em algum momento, aquilo lhe traria o maior dos arrependimentos, um arrependimento que você não conseguia bem explicar; assim como você não conseguia explicar porque Bartolomeu sempre voltava para você, já que em seu interior, você sabia que alguém como ele só sentia uma única coisa, e esta era devoção, e não era uma devoção a sua pessoa:

-Por que você voltou, Barto?-Você questionou, mudando o rumo de sua visão para outras coisas em sua cozinha

-Por que eu não iria voltar?

-Porque você estava em Azkaban até pouco tempo. Se você pensa que eu vou colocar minha integridade em risco por conta de sua fuga, você está...

-Completamente certo, não?

-Não. Está completamente errado.

-...(Y/N). Você ainda mente pra si mesma, não mente?

-Eu não sei do que você está falando.-Seu corpo começava a ferver, só de perceber o mesmo se aproximando de sua pessoa, sabendo exatamente quais palavras sairiam de sua boca-Sinceramente.

-Você ainda mente para si mesma que não gosta do que nós temos, do que nós criamos...

-Nós não criamos nada, Bartolomeu. Absolutamente nada. Nós não somos iguais...

-O que você esconde com a manga de seu vestido é o que você realmente é, ao que você realmente está destinada...

-Eu não estou destinada a nada, a não ser puro arrependimento!!-Você se virou para encarar o mesmo; os cabelos bagunçados do comensal te lembravam de momentos que você não deveria lembrar naquele instante, momentos em que, por uma única vez, você havia esquecido todos os problemas que ecoavam em sua cabeça, mas a custo de que?

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