Fly Love (Cidade Invisível)

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-Leitora!Folclore X Inês

|este imagine foi um pedido da deusa LittleSpeightJr , espero que goste!!|

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"Boitatá: A lenda do Boitatá descreve esse personagem folclórico como uma grande serpente de fogo. Ele protege os animais e as matas das pessoas que lhe fazem mal e principalmente, que realizam queimadas nas florestas.
Na narrativa folclórica, essa serpente pode se transformar num tronco em chamas com o intuito de enganar e queimar invasores e destruidores das matas. Acredita-se que a pessoa que olhar o Boitatá torna-se cega e louca."

[...]

-Ele tá atrasado.-Aquela voz que parecia poder te ninar murmurou por mais uma vez, suas mãos parecendo incapazes de parar de mexer em algumas ervas e folhas que haviam sobre o balcão

-Não fazem nem cinco minutos que estamos aqui, Inês.-Camila continuou, a voz de paciência sendo facilmente traída pelo modo como a mesma andava de um lado para o outro entre as mesas, claramente nervosa, até mesmo apreensiva

-Ele está atrasado.-Ela apenas murmurou novamente, sem olhar para cima e nem para ninguém-Algo aconteceu.

-Ou...ele só more na ocupação, longe daqui. É demorado sair da Lapa a pé pra vir até aqui, Inês.-A mulher revirou os olhos, andando até um lado do balcão e se sentando em uma cadeira em frente ao mesmo

Aquelas pessoas, aquela realidade, aquelas representações de entidades; tudo parecia ainda tão novo para você quanto sequer poderia ser. Já se faziam anos, décadas e mais décadas em que você conhecia aquela rotina, que sempre parecia mudar com o ritmo que a cidade e a civilização iam crescendo, mas que também ainda parecia a mesma de quando tudo começou, de quando sua verdadeira vida começou no que parecia que seria o fim da mesma.

Alguns podiam jurar, apenas os que te viam, que você sempre parecia queimar em chamas com suas escamas e olhos de cor do fogo do inferno, mas a verdade é que nem tudo tinha sempre sido assim; a entidade de Boitatá nunca havia sido uma realidade sua, mas havia se tornado sua responsabilidade, sua segunda chance quando o homem que você jurou amar lhe matou, à sangue frio, e para se livrar de seu corpo, tentou lhe colocar em chamas, sem saber que aquilo apenas seria o fim de um de vocês, mas o "um" de vocês não se referiria a sua pessoa.

Sim, você enlouquecia e cegava homens que ousavam cruzar seu caminho numa noite de luar e céu brilhante; apenas porque você os mostrava a dor que um dia havia sido sua triste rotina, o horror que havia lhe transformado em quem você era. No dialeto dos tempos atuais, você era o quê as pessoas considerariam como "dona de si", determinando seu próprio destino e seu próprio tempo, sem se preocupar se alguém tentaria lhe machucar ou lhe usar novamente, apenas porque você sabia que eles nunca mais teriam a mesma coragem de antes, afinal, você era agora maior do que todos.

Mesmo assim, sendo considerada uma mulher forte e de dar medo à qualquer um que ousasse lhe encarar demais e da maneira que não deveria, você ainda tinha preocupações e coisas importantes a resolver em sua segunda chance e em seu "cargo", uma destas coisas envolvia o que você estava fazendo neste exato momento; esperar, e esperar mais do que sua pessoa realmente tinha paciência, principalmente com o pequeno e amigável pé de guerra que parecia haver entre as palavras de Inês e de Camila.

Antes que qualquer um pensasse em dizer mais alguma coisa ou retrucar mais algum ponto sem sentido algum, Isaque entrou pelos corredores do bar com a companhia de Tutu, que provavelmente havia notado a presença do rapaz bem mais cedo e ágilmente do que vocês três reunidas:

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