Haunted and Holy (Peaky Blinders)

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-Leitora X Thomas Shelby

|esse imagine foi um pedido da princesa _peguena_, me perdoa pela demora, mas espero que goste!|

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Thomas odiava praias; ele não gostava da textura da areia em seu sapato, não gostava do calor excessivo e nem era muito fã da maré que sempre parecia tentar levar as suas coisas quase que sútilmente. No entanto, naquele dia as coisas não se centravam ao redor das vontades de Tommy, não. Tudo era centrado em você, em sua família, a família que você havia concebido com o mesmo, em momentos que você não teria sequer como esquecer, pois você estava os vivendo com mais intensidade do que seu corpo sequer poderia imaginar em sentir durante todo o percurso de sua vida até ali.

Thomas estava observando você comemorar, mais especifícamente, estava observando você comemorar a sua vida, como se fosse mais uma chance divina que você não deixaria escapar por entre seus dedos; não, depois de tudo o quê você havia passado e sentido nos últimos meses, todas as dores e medos, você se agarraria à sensação de viver toda vez que fosse possível e de uma maneira que nem ninguém, nem nada no mundo inteiro poderia mudar tal vontade.

O Peaky Blinder já era casado com você fazia um bom tempo, tendo neste tempo concebido três crianças que, agora, corriam pela areia, brincando entre si; vocês já haviam passado por todos os tipos de altos e baixos que fossem imagináveis num casamento como qualquer outro, mas dentre tantos problemas que poderiam surgir entre o seu matrimônio, o último que você esperava, e até mesmo o último que Tommy esperava, era uma doença. Havia começado com algumas fracas tosses, seguidas de uma indisposição súbita que fluia por seu corpo, e que gradativamente foi piorando ao ponto de suas tosses bobas se tornarem tosses aonde sangue escorreria de sua boca quando você colocasse um lenço perto da mesma, seu corpo quase sempre sem forças para sequer levantar da cama.

O Shelby era conhecido por não temer muitas coisas, se é que temia alguma, mas ver você daquele jeito? Completamente desolada e desgastada em sua própria e desconhecida doença, com pavor de não poder ver seus filhos crescerem? Aquela cena assombrava a mente de Thomas toda vez que este parava um pouquinho para pensar, e com certeza o assombraria todas as vezes que este pensasse em fazer algo estúpido ou inconsequente.

Vocês haviam tentado de tudo; curas naturais que Polly sabia como a palma de sua mão, os médicos locais e até mesmo os médicos mais renomados do centro de Londres, ninguém podia dizer o quê estava acontecendo com seu interior, mas todos poderiam dizer que era algo que, se continuasse por muito mais tempo, você não viveria por tanto tempo quanto você esperava viver. Remédios, tratamentos, nada parecia ajudar a solucionar o problema, da mesma maneira que nada parecia esclarecer as dúvidas em suas mentes.

Naquela altura, Tommy estava desesperado; qualquer coisa que não fosse lhe machucar e prometesse te fazer melhor, ele estava disposto a aceitar. Foi esse desespero que fez com que ele aceitasse a sugestão tímida de sua tia Polly, de lhe levar para um acampamento cigano próximo de Birmingham, tendo uma ideia complexa se mirabolando em sua mente. O homem, inicialmente, achou que aquilo era uma extrema baboseira, algo que seria uma perda de tempo como tantas outras coisas haviam sido, mas foi aos poucos cedendo, vendo que, talvez, aquela era a esperança que ele precisava, a luz no fim do túnel que vocês tanto almejavam.

Os dias em que a casa se encontrou com seu silêncio, sua figura estando vigiada por outros ciganos no acampamento, Thomas teve o gosto do que seria caso você o deixasse, partisse de uma vez como diziam que você iria partir; as crianças sempre perguntavam por você, da mesma maneira que também questionavam o Shelby se você havia ido para o céu, ou se tornado um anjo, como Linda uma vez disse que algumas pessoas se tornavam. O quê mais doía no mesmo era saber que ele não conseguia dar uma resposta coerente, não sem seu coração se apertar e sua garganta se enrolar em seu próprio organismo.

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