Sou uma Biônica

Capítulo 26

Primeiro eu vi uma faísca roxa atravessando meu campo de visão, ela estava um pouco distante e não era tão forte. Depois a faísca começa a ficar mais perto de mim e mais forte fazendo um barulho ensurdecedor caso escutado por ouvidos humanos, derrepente várias dessas faíscas começam a sair de todo o lugar. E então tudo cessa tornando o lugar silencioso, mas não por muito tempo pois um barulho ainda maior que os anteriores surge e antes que eu possa pensar em algo sinto meu corpo sendo atingida por uma faísca roxa mais forte que qualquer outra que vi antes. Sinto uma dor insuportável dentro de mim, meu corpo parece que está sendo dilacerado de dentro para fora, eu começo a gritar mas parece que a dor só aumenta. Sinto algo diferente dentro de mim como se cada parte do meu corpo estivesse se reorganizando, me remodelando e me transformando em outra coisa, melhorando e aperfeiçoando cada parte de mim, senti que estava mudando. Me sinto estranha com algo que nunca experimentei antes, me sinto forte... Mais forte que antes. Então uma última dor como se um último ajuste estivesse sendo feito no meu corpo. Um grito muito alto saiu de mim. A escuridão novamente.

Eu reconheci o ambiente só que com a minha visão melhorada o lugar de certo modo me parecia diferente. Eu desci da cápsula, olhei para o meu pai

- Como se sente filha? - meu pai falou meio receoso.

- Bem, me sinto muito melhorada.

- Certo. Agora uma de minhas criações perfeitas está mais perfeita se é que isso é possível.

Eu sorri mas então me toquei que não tinha notícias do Jack.

- Pai, preciso perguntar e o Jack? Como ele está?

- Sobre isso filha não precisa se preocupar, ele voltou ao normal e está bem agora.

- Voltou ao normal? Mas como? O senhor o consertou ou algo do tipo?

- Não, quem fez ele voltar ao normal foi você - ele diz com um sorriso.

- Eu fiz? Mas como?

- Filha quando o Jack chegou aqui ele me contou toda a sua história.

- E para mim ele me contou meia história - meu pai apenas ignorou meu comentário.

- Sabe mesmo não tendo culpa do que fez ele temia sobre o que você pensaria dele.

- Como assim? - ergui minhas sobrancelhas.

- A história do Jack também é conturbada filha...

- Eu nunca neguei isso pai, - o interrompi - só queria que ele tivesse sido sincero comigo.

- Eu sei e devo confessar que em parte também tenho culpa nisso.

- O senhor?

- Sim, pedi para que ele não contasse tudo.

- Mais o por que?

- Filha, o Jack quando foi criado era totalmente controlado pelo Dexter.

- Eu sei.

- Mas não da forma que imagina. O seu irmão criou o Jack como se ele fosse um avatar de algum jogo e o Dexter tinha os controles então ele simplesmente dava os comandos. Só que ele criou o Jack perfeito demais.

- Perfeito demais?

- Sim, então na primeira vez que Jack viu a Amélia ele sentiu algo, algo humano dentro de si e foi ai que Dexter perdeu o controle sobre ele. Creio que seu irmão com raiva do que aconteceu foi descobrir o que houve ai ele soube da mulher e...

- Eu sei, vi com os meus próprios olhos ou melhor vi nas memórias dele. Meu irmão foi bem cruel principalmente com o Jack.

- Sim, mas ele também é cruel consigo mesmo filha.

Ficamos um minuto em silêncio até meu pai novamente começar a falar.

- De alguma forma quando ele saiu daqui e foi confrontar o Dexter o próprio reassumiu o controle. E como semelhante ao um avatar de jogo o Jack tinha níveis.

- Quer dizer que ele agia de diferentes formas?

- Sim, no total eram cinco entre apenas assustar a vitima até causar dor nela e o pior de todos eles era o nível um esse é algo chamado de modo inferno.

- Então quando o Jack chegou aqui ele estava em que nível? - tenho receio de saber a resposta

- No modo inferno.

- Oh Céus!

- Bem tem uma coisa que desconfio que o Jack não saiba.

- O quê?

- Quando o Dexter perdeu o controle de Jack outra pessoa acabou tendo o controle dele, a Amélia.

- A Amélia? E isso é possível?

- Sim pois ela não tinha o controle da mente dele e sim do coração, então quando ela se foi ele perdeu o controle de tudo. Porém agora, filha, de alguma forma você tem esse controle.

- Eu? Mas como? Eu nunca o controlei ou dei uma ordem para ele - mas um pensamento passa pela minha cabeça - a não ser...

- A não ser?

- Quando eu estava lutando com ele eu lhe enviei uma de suas memórias mais querida, uma memória com a Amélia. Isso teria algo haver?

- Interessante, creio que ali você acabou aprofundando mais sua conexão com o Jack e agora você o tem em mente e coração.

- Então eu tenho o controle do seu pior lado?

- Sim.

- Eu nunca o mandaria usa-lo.

- Eu sei disso e é por isso que agora ele está em boas mãos.

Fiquei em silêncio pensando em tudo isso que me foi dito. Agora sei de toda história, isso faz com que um temor tome conta de mim ao perceber que o Jack é realmente a arma secreta do meu irmão. A arma que se não impedida poderá levar o mundo ao um completo caos.

- Pai a algo que lhe preciso contar.

- Pois não?

Então eu lhe conto tudo desde o que o Lobo disse em relação a Jack, sobre as coisas que vi em suas memórias, sobre suas armas e sobre o fato de achar que o Jack é a arma secreta do meu irmão para trazer a destruição dos humanos. Ele me ouve atentamente, não olhando nos meus olhos mais em algum ponto distante era quase como se não acreditasse no que eu dizia. Quando termino ele passa alguns minutos em silêncio antes de falar.

- Entendo seu temor meu bem, mas acredite não creio que Jack seja a arma.

- Pai acredite em mim, ele é e nem ao menos sabe disso. E a propósito ele ainda está aqui?

- Sim mas...

- Ótimo - o interrompo e vou em direção a saída - preciso falar com ele. Depois nos falamos.

Não espero ele dizer algo e já vou entrando no elevador para sair do subterrâneo. Preciso falar com ele e contar o que descobri e principalmente garantir sua segurança para que meu irmão não coloque a mão nele. Não vai ser fácil mas tenho que tentar. Decido procura-lo primeiro no seu quarto.