Capítulo 27

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Estava me analisando no espelho do quarto de Jack, meu físico era o mesmo só que agora eu contava com minhas habilidades melhoradas. Foi nesse instante, ao me visualizar no espelho, que notei algo de diferente nos meus olhos, os castanhos escuro mudaram para um violeta bem clarinho de inicio e que logo depois foi escurecendo para um roxo. Nesse momento, uma sensação diferente começa a percorrer todo o meu corpo atingindo toda a minha estrutura tanto por dentro como por fora, era algo que nunca senti antes.

- Curtindo sua nova atualização? - era ele.

Levo um susto ao ouvir sua voz, meus olhos voltam ao normal e a sensação que estava sentindo logo vai embora.

- Bem, - me viro para ele - não exatamente.

- Como se sente? - ele acaricia minha bochecha e me olha com carinho.

- Me sinto bem, estranha claro, porém bem.

- Ah, meu bem, estranha você sempre foi - ele zomba.

- Pelo menos não sou ultrapassada como você - mostro a língua.

Ele sorri e depois me beija delicadamente.

- É bom tê-lo de volta - digo.

- Eu falo o mesmo. Peço desculpas por tê-la machucado tanto física... quanto emocionalmente. As vezes acho que sou um idiota que não merece você.

- Jack, eu sei da sua história agora não precisa se preocupar com isso.

- Preciso sim, eu novamente causei muita dor na pessoa que mais amo.

- Mas já está tudo certo agora - acaricio seu rosto.

- Porém não foi certo Alana, isso foi...cruel demais - ele olha para o chão.

Eu o abracei por que naquele instante senti que era disso que ele precisava. Jack desfaz o abraço para depositar um beijo carinhoso nos meus lábios e que logo lentamente passa a se transformar em algo mais quente. Eu sabia exatamente onde isso ia dar e não pude conter o sorriso. Simplesmente eu poderia deixar rolar, ter mais um daqueles momentos de amor intenso, esquecer do mundo lá fora e da ameaça que estava prestes a surgir e apenas me entregar ao seu corpo, porém havia assuntos importantes a tratar que não poderiam mais ser adiados.

- Vai com calma ai garanhão. Temos um assunto pedente para discutir.

- Tem certeza que não pode deixar para outra hora? - ele lança um sorriso malicioso

- Total certeza, meu bem. É um assunto um tanto sério.- Vejo sua expressão mudar.

- Pois não?

- Primeiro eu quero que saiba que eu te amo muito e jamais pediria para você fazer algo que não concorde. Vou ficar sempre do seu lado, em qualquer circunstância, ok?

- Ok, mas assim você está me assustando, meu amor.

- Eu descobri qual é arma secreta do meu irmão.

- Que ótimo! E o que é?

- Não é o que e sim quem... e é você Jack! - soltei de uma vez.

- Como? Eu? Não pode ser... eu... - ele estava arrasado e um um pouco confuso com a notícia.

- Meu amor, você foi criado para matar tanto humanos quanto biônicos, para ser controlado e obedecer apenas a ele, você pode causar destruição em massa sem parar e só precisa de um comando. Você... você é um bomba prestes a explodir...

Ele foi para o canto do quarto.

- Não pode ser... se bem que talvez seja por isso que causo tanta dor as pessoas, principalmente as que amo.

- Meu bem, não, isso não é verdade... - tentei me aproximar

- Não, não chega perto. Não quero te machucar novamente... - notei medo na sua voz - Sou um monstro não vê?...Fui criado apenas com o objetivo de causar dor. Sou apenas um monstro...

- Não Jack, você não é. Eu estou aqui por ti e sempre vou estar. Não fale assim de si mesmo, você já fez tanta coisa boa também - tento novamente uma aproximação.

- Por favor não chega mais perto. Prefiro morrer do que te machucar novamente. Por favor... -seus olhos demonstravam uma longa tristeza e sofrimento.

- Vai ficar tudo bem. Você não vai perder o controle! Eu tenho...

Nosso alarme de invasão soa pela casa. Rapidamente corremos até em frente dela para ver o que tinha acontecido. Um dos amigos da minha irmã estava sendo carregado por androides socorristas. Ele estava ferido. Cheguei perto dele e notei que os seus ferimentos eram graves e caso não fossem tratados urgentemente ele não iria resistir.

- Ei, o que houve com você? - perguntei calmamente e tentando não pensar no pior.

- Eu estava... aiii... passeando com sua irmã quando algo nos atacou... - Meu coração se apertou.

- E onde está ela?!!

- Ele levou ela... nossa...argh...está doendo tanto!

- Quem levou ela?! Quem levou minha irmã?! - falei quase o sacudindo.

- Eu não sei! - ele tentava falar entre as caretas de dor - Era um biônico. Disse que veio dar apenas o recado do Dexter, deixou isso e foi embora. - Ele colocou na minha mão um aparelho pequeno e de cor cinza que projetava um holograma com alguns números.

Senti meu mundo rodopiar para logo então capotar. Sai correndo feito louca a procura da minha irmã e desejando veemente que tudo isso não passasse de um pesadelo no qual eu estaria prestes a acordar.

- Anna!!! Você está aí, não é?! Por favor, não faz isso! Anna!!! - me recusava a acreditar no que estava acontecendo.

Continuei chamando algumas vezes mesmo no fundo sabendo que ela não responderia. Meus olhos queimavam por conta das lágrimas que teimavam em descer.

- Alana! - era o Jack, senti ele me abraçando - Nós vamos salvar a sua irmã. Te prometo isso nem que custe a minha vida, ok?

Ele acariciou delicadamente meu rosto e por um momento me considerei o ser mais sortudo do mundo inteiro por te-lo ao meu lado. Eu era que não merecia tudo aquilo.

- A sua vida não. Não suportaria perder mais pessoas. - foi tudo o que conseguir falar.

Ele apenas fez um leve aceno com a cabeça porém eu sabia que não mudaria sua opinião e que daria sim a vida se fosse preciso.

- Então, o que fazemos, meu amor? - ele perguntou.

O Dexter capturou a Anna. Ele não podia fazer isso! Que levasse a mim e não a ela! Ele ainda insistia em todo esse ódio contra a raça humana e especialmente a mim por defende-los. Meu irmão está cego por causa da dor que lhe fizeram. Mas isso tem que acabar ou mais inocentes irão morrer. É uma coisa que não posso deixar que aconteça.

- Vamos resgatar a minha irmã. Se é uma guerra que o Dexter quer é guerra o que ele vai ter.

Nós voltamos para casa para anunciar a batalha e nos prepararmos para ela. Meus pais foram para um esconderijo secreto junto com alguns robôs e biônicos de confiança. Precisávamos agir rápido porém ainda não sabíamos onde o meu querido irmão estava escondido.

- Alana, essa pista deixada não faz o menor sentido. Nem se quer são coordenadas!

Eu analisei o holograma com seus números que pareciam ser muito aleatórios. Aqueles números me eram super familiar e foi então que uma velha memória veio em minha mente . Eu sabia onde estava o Dexter.


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⏰ Última atualização: Aug 25 ⏰

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