O Roommate - Livro 3 | Off Campus | Completo

Capítulo 15

IAN

A beleza de Somin é descomunal, não consigo parar de admirá-la. Nenhum segundo. Tento manter minha atenção no trânsito, mas a cada cinco segundos viro meu rosto pra vê-la dormir com a cabeça encostada na janela. O cabelo, agora loiro, longo está todo jogado para o lado. Ela veste um blusão azul marinho e uma calça jeans tão apertada, que quando a vi, pela primeira vez, na aula, tive que rezar quase um terço pro meu pau não ficar tão duro. Quero tocá-la, mas não quero que ela acorde, ela parece estar cansada demais.

Consigo imaginar o cansaço dela. Somin passou duas semanas me ignorando. Porra de duas semanas. Eu faltei perder o meu juízo. Mandei mensagem pro Instagram de Julie e Lucas, pra saber se ela é assim, eles me responderam que ela precisava de um tempo, então dei o tempo que ela precisava. Só que meu tempo se esgotou, quando depois de dois dias dela me ignorando, vi o teste de gravidez no lixo da cozinha. Eu entrei em desespero, mesmo sabendo que todas nossas relações foram com proteção.

Então, descobri que a camisinha demonstra apenas 98% de eficácia pra prevenir gravidez. 98%. Ou seja, 2% de eu ter engravidado Somin, e levando em conta que ela estava me ignorando, só podia ser isso, pelo menos foi o que eu pensei. Pensei até em começar a parar de transar, mas aí eu olho pra Somin e esse meu pensamento some. Porra de mulher gostosa do caralho. Fiquei duas semanas sem transar com Somin, e isso foi responsável por me deixar com um mau humor enorme, todos do time, todos mesmo, perceberam meu mau humor e mandaram eu me acalmar.

Eu estava tão nervoso por milhares de coisas. Somin estava me ignorando, o que eu descobri que não gosto nada, nada mesmo. Somin estava possivelmente grávida e o filho era possivelmente meu, e ela não abria a boca pra falar comigo, ela nem sequer ficava no mesmo cômodo que eu. Pelo que eu saiba, por Elizabeth, Somin passou dias e mais dias trancada no quarto e eu comecei a pesquisar sobre mulheres grávidas e depressão. Muitos sintomas da depressão, são sintomas de gravidez, e muitas vezes as mulheres acabam não sabendo a diferença e não tratam.

Meu desespero foi enorme. Procurei no Google várias maneiras de ajudar Somin, nesse momento, porque não importava o que fosse, eu só queria ficar do lado dela. Se ela quisesse abortar? Ótimo, eu só precisava estar do lado dela e saber como ela estava. Se ela quisesse ter o filho? Ótimo também, sempre quis ter um filho, claro que não tão novo, mas se for pra fazer isso, que seja com Somin, porque, porra, essa mulher é a única que eu penso. Ela não sai da minha cabeça. Nessas duas semanas que ela me ignorou, também descobri que sou extremamente necessitado e dependente dos beijos e toques dela. Do sorriso dela. Dela.

Ah, também fiquei tão animado com a ideia de ser pai – quero primeiro uma menina, depois um menino, ou gêmeos, mas de sexo diferente –, que comecei a procurar no Pinterest várias decorações de quartos pra bebês, também fui atrás de berços, mamadeiras, enxoval, nomes de bebê. Nana vai ser o nome da minha filha, se Somin não gostar o problema vai ser dela, já decidi – mentira, provavelmente eu acataria o que ela quisesse. Arthur o nome do meu filho, acho que Somin também vai gostar. Marquei até da gente ver um apartamento em um bairro, definitivamente, muito mais pobre do que o escolhido por Lucas.

Essa semana, nossa agenda está totalmente lotada de compromissos que eu marquei durante um dia. Meditação para jovens que vão ter filhos – sim, era o nome do programa –, massagem para mamães, exercício de respiração, vídeos de partos em conjunto, aulas sobre uma dieta saudável pra grávidas, exercícios saudáveis pra grávidas, exercícios físicos que ajudam na hora do parto, o que eu devo fazer quando ela estiver sentindo dores e gases, uma consulta pra saber se o bebê está bem. Existem outras milhares de coisas, mas esqueci. Tenho uma lista no meu quarto com vários desenhos de bebê, quando chegar em casa tiro foto e mando pra Somin, afinal, vai ser nossa falsa rotina.