Capítulo 28

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IAN

Olhar pra esse local quase me faz chorar o tanto que chorei no filme da Hannah Montana – mais uma vez, é um filme bastante emotivo e inspirador, especialmente por ela ser apenas uma adolescente –, assim como meu choro quando assisto Hannah Montana, tenho vontade de chorar de orgulho. Orgulho de tanto que eu lutei e estudei pra chegar a esse momento, mesmo sabendo que ainda não estou com meu diploma em Gastronomia nas minhas mãos.

Essa é minha surpresa pra Somin, não está totalmente pronta, mas já é um bom começo, um ótimo começo na verdade. Espero que ela fique tão animada pra surpresa quanto eu estou e espero que ela goste tanto da ideia quanto eu gosto – gosto não, sou completamente maluco e apaixonado por essa ideia. Boa parte, 95% eu diria, do dinheiro que estou investido foi economizado por minha mãe, no período que ainda morávamos na Inglaterra, então eu definitivamente não posso foder tudo, tenho que aproveitar cada caroço desse investimento.

Não sou religioso, mas quando saio do local faço um agradecimento a Deus e um sinal da cruz, mentalmente peço que ele abençoe esse local e o futuro dele. Enquanto estou andando pelas ruas de Boston, começo a pensar em como minha vida está indo tão bem que não parece verdade e eu consigo ver um futuro maravilhoso pra mim, eu sei disso. E sabe a melhor parte? É que ela, Somin, estará comigo, de mãos dadas e quem sabe com uma aliança no dedo – planos futuros, mas não tão distantes.

Somin é meu porto seguro. Somin é meu farol quando estou navegando em um mar de dúvidas e frustrações, porque ela simplesmente se torna minha luz e minha direção. Ela é...meu tudo. Não consigo me ver vivendo sem ela, não consigo mesmo. Me dói todas às vezes que penso em o quanto Bram Jensen deve ter machucado minha gata, deve ter passado a porra do limite e se comportado como o monstro do caralho que ele é. Não consegui esconder o sorriso de orelha a orelha quando mandei o vídeo dele fodendo o treinador – não citei o fato dele ser um estuprador de merda, porque não sei se Somin estaria confortável com essa notícia sendo espalhada– e recebi um e-mail do reitor dizendo que a expulsão dos dois está sendo providenciada. Ah, eu vou rir tanto quando vê-lo saindo da Briar com o rabinho entre as pernas.

Queria muito ter espancado, ou deixado Bram em coma – pouca coisa –, mas infelizmente, tristemente, me contive, mas agora estou seriamente pensando em voltar atrás com essa ideia. Ninguém precisa saber que bati em Bram, certo? Nem vão desconfiar quando virem ele em uma cadeira de rodas ou andando de muletas. É, não vão desconfiar. Provavelmente vão dizer que foi coisa do futebol americano. Com certeza vão.

— Você tem sorte de ser bonito – uma voz aguda me tira dos meus pensamentos, é de uma mulher idosa com uma maquiagem bastante carregada e um cabelo tom… arco-íris. Somin ia gostar dela.

— Oi? Desculpa? – digo, confuso.

— Você derrubou metade das minhas calcinhas – a mulher então aponta pro chão, onde estão calcinhas rosas, vermelhas, laranjas e azuis de renda.

— Caralho. Desculpa – corro pra juntar as calcinhas da mulher imediatamente, não acho que nenhuma mulher goste de ter suas intimidades tão expostas. — Mil desculpas – peço, colocando todas as calcinhas, quinze pra ser exato, na sacola marrom dela.

— Sabe no que eu tô pensando? – nego com a cabeça. — Que vou ter que lavar essas merdas pra ter que vender – rio. Ela é uma pessoa bastante mau humorada, totalmente diferente das senhoras fofas das séries e filmes. — Você definitivamente tem muita sorte de ser bonito, com um sotaque inglês e um sorriso encantador.

— Por quê? – pergunto, sorrindo. Estou me divertindo com essa senhora.

— Você é muito lesado – ela me dá um peteleco forte no meio da testa. Céus, e eu falando que queria ter convivido mais com meus avós, estou começando a repensar bastante sobre isso. — Um corpo bonito – ela diz, me analisando de cima pra baixo, parando bastante na região do meu quadril e subindo pro meu peito. — Um rosto bonito, mas um cérebro de ervilha. Nenhuma mulher quer isso – meu celular toca, é minha mãe, ignoro ela e continuo meu papo adorável com essa senhorinha nada adorável.

O Roommate - Livro 3 | Off Campus | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora