Capítulo 30

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IAN

O clima não está nada agradável, e eu já havia pressentido isso desde o aeroporto, só não pensei que minha mãe fosse estender a falta de educação até o jantar e ainda repreender minha namorada. Não pensei mesmo. Somin está com uma cara de espanto e vergonha enorme, não a julgo, todos da mesa estão a olhando como se ela tivesse acabado de menstruar no vestido branco no casamento, mas ela só está com mais purê de batata no prato que os outros. Diferente da minha namorada, minha mãe tá com uma face de satisfação enorme, claro que ela não está evidenciado, ela precisa parecer dura e chocada com a atitude de Somin, mas o canto da sua boca vacila querendo sorrir várias vezes.

Minha mãe está diabólica, bastante diabólica. Chamou todas, as mais importantes pelo menos, minhas ex's, fez questão que Taylor fosse me receber – quase que vi Somin erguendo a mão pra dar um tapa em Taylor, ou então subir nas costas dela e ficar batendo na cabeça dela. Eu não sei o que diabos minha mãe está tentando fazer, mas está me irritando, me irritando pra caralho. Não trouxe minha namorada pra ser humilhada na frente de todo mundo. Trouxe minha namorada pra conhecer a mulher maravilhosa que me criou, mas pelo visto minha mãe esqueceu de ser essa mulher hoje.

— Não se preocupa – sorri pra Somin, impedi que ela tirasse purê de batata do prato dela e colocasse de volta na travessa. — Não sou muito fã de purê mesmo – beijo a testa dela, tentando acalmar ela. Amo purê de batata, mas ainda amo Somin mais. Tiro o purê de batata do meu prato e ponho de volta na travessa. — Não precisa se preocupar, vai ter purê pra todo mundo, mãe – digo, sorrindo. Minha mãe apenas assente com a cabeça.

— Então Somin, você faz gastronomia junto com meu filho?

— Não. Eu ainda tô no primeiro semestre – ela diz, rindo, claramente nervosa. Por de baixo da mesa, pouso minha mão na coxa dela e faço um carinho leve, tentando acalmá-la. Somin sorri e respira fundo. — Seu filho, por coincidência, é meu "tutor" esse semestre, mas um péssimo tutor, porque não me ensina nada.

— O que posso fazer se minha aluna é uma cabeça dura e nunca escuta o que eu digo?

Não é uma mentira, Somin não aceita nenhum palpite meu quando ela está cozinhando. Minto, pra ser justo, teve uma vez que ela aceitou meu conselho e foi pra colocar azeite na salada de legumes – eu sei que ela sabe que dá um gosto a mais, mas ela tinha esquecido no dia, eu fiquei falando por umas três aulas que precisava da minha ajuda pra tudo, óbvio.

— Eu discordo! – Somin diz, se sentindo traída. — Uma aluna muito boa que já sabe de tudo – ela me corrige, mas dou de ombros. A mesa quase toda ri, menos minha mãe, ela ainda mantém a mesma postura severa.

Somin me olha severa, querendo que eu concorde com ela diga.

— Ah, claro – sorrio. — Minha namorada é uma aluna muito boa que já sabe de tudo – repito o que ela disse, da maneira mais robótica possível. O clima já está bem mais leve que antes.

— Idiota – Somin me bate e ri. — Você me paga caro – ela sussurra, no pé do meu ouvido.

— Posso escolher a forma de pagamento? – deslizo minha mão para o meio das suas pernas, Somin rapidamente fecha as pernas prendendo minha mão no meio delas. Sorrio de lado. Somin me encara, severa e em alerta. — Posso? – aproximo meus dedos de sua calcinha de renda, eu quem escolhi a calcinha.

— Não – ela sussurra, mordendo o lóbulo do meu ouvido e aperta minha ereção na calça. Fico sem reação nenhuma. Somin desliza os dedos até onde está a cabeça do meu pau e aperta. — Eu posso esconder que estou excitada, você não – ela sopra no meu ouvido, com um sorriso malicioso.

O Roommate - Livro 3 | Off Campus | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora