Capítulo 23

1.4K 107 3
                                    

SOMIN

Tive uma rapidinha, uma incrível e perfeita rapidinha devo dizer, que deveria ter me feito dormir relaxada e contando carneirinhos, mas não foi isso que aconteceu. Eu dormi, não sou de perder sono por ninguém – mesmo sendo extremamente fodida psicologicamente, ninguém nunca tirou meu sono –, só não foi tão bom quanto eu pensei que seria, especialmente porque eu sempre começava a pensar em coisas totalmente sem sentido, como agora.

Minhas pernas ficam batucando na cama e meus pensamentos focados em uma pergunta: "O que diabos Ian Webohn vê em você? Ele pode ter qualquer garota. Ele pode ter qualquer garota. O que diabos você tem que te faz especial nessa multidão de mulheres?". E a verdade? Eu não faço ideia. Não posso citar uma característica minha que me faça destacar tanto, além de minhas diversas perucas coloridas e roupas extravagantes e extremamente fashions. Será que é meu quarto? Afinal, ele já veio aqui duas vezes, na verdade, mais do que eu imagino, e eu tenho um quarto bastante bonito.

— Ótimo, você tirou meu sono – escuto a voz de Alexander vindo do chão do meu quarto. — E são apenas cinco da manhã – ele bufa, depois ri. — O que tá passando na tua cabeça?

— Nada – digo, tentando parecer casual, mas meus pés não passam batido, eles parecem uma broca em construção.

— Somin, tua perna parece que tá passando por um terremoto – Alex se levanta, estica os braços enormes e murmura várias coisas que eu não entendo nada. — Teu chão é bastante confortável.

— Claro, você dormiu no tapete mais caro de toda a Índia – repito o que Lucas disse quando me deu esse tapete vermelho, marrom, amarelo e laranja com um palácio enorme. — Parece que o tecido é da época das grandes navegações.

— Caralho, eu dormi na história. Literalmente – Alex joga o corpo enorme na minha cama. — Sua cama é definitivamente melhor.

— O colchão mais caro de toda a Suíça – repito o que Lucas me disse. — Julie tem um igual. É ótimo mesmo – me ajeito na cabeceira da cama, Alex deita a cabeça nas minhas pernas como um gato pedindo por carinho. — Sério?

— Sim. Você me acordou, agora é sua obrigação me mimar – ele esfrega a cabeça nas minhas pernas. Reviro os olhos e começo a acariciar a cabeça dele. — Agora senhorita me diga o que lhe aflinge tanto.

— Nada – repito.

— Você sabe que você teve esse mesmo toque nas pernas na nossa primeira vez?

— Como assim?! Claro que não tive.

— Ah, teve sim – Alex ri. — Eu precisei colocar 4 mantas pesadas pra fazer suas pernas baterem menos.

— Por isso você deixou o ar condicionado no mais frio – digo. Agora entendo porque o ar condicionado dele estava no 16° e ainda no modo de resfriamento extremo.

— Vai logo, me diz o que tá acontecendo.

— Transei com Ian. Ontem.

— Pensei que o barulho na cozinha eram esquilos. Mas pelo visto, eram dois coelhos.

— Cala a boca – rio e dou um tapa na testa grande dele. — Nunca percebi que tua testa era tão grande.

— Cala a boca você – ele dá um tapa fraco na minha testa. — Ok, você e Ian transaram, não era isso que você queria? Ou eu fiquei escutando você falar mal de Ian e acrescentar que ele era um "incrível gostoso do pau grande" por quinze minutos sem necessidade?

— Não foram quinze minutos – me defendo, mas eu me lembro que foram mais de quinze minutos. — E sim, era o que eu queria. É o que eu quero.

O Roommate - Livro 3 | Off Campus | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora