emails bregas para príncipes

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EMAILS E ACORDOS

LE_WY

As antigas tradições de Neo City aconselham que todo o jovem ao estar perto de atingir a maioridade deve achar um par que possa amar por toda a vida. Os anciãos e até mesmo os adolescentes sempre prezavam por seguir os costumes para trazer benefícios para o país como as boas colheitas e as chuvas nos verões.

Famílias incentivam seus filhos e netos a buscar um relacionamento antes de sua vigésima primeira lua. E mesmo que as tradições fossem importantes e sempre obedecidas nunca fora uma lei. Entretanto, os pré-adultos ainda procuravam por alguém para honrar suas famílias antes da fase adulta se iniciar e dar continuidade aos costumes do reino.

Em contraposição, nem todas as famílias prezavam por isso ou procuravam alguém que desesperadamente trouxesse honra para o lar, pois no subúrbio do reino de Neo City vivia uma família muito especial e diferente em vários sentidos. A pequena família é composta por quatro integrantes de personalidades fortes e cabeças cheias de sonhos.

A origem da família era tão simples como a de qualquer plebeu que habitava aquele lado do reino, visto que o casamento por dote ou arranjado ainda era uma opção boa para famílias que precisavam de dinheiro ou pediam aos céus por chuva.

Lee Chittaphon e Johnny Suh eram casados por dote há quase vinte anos, e desse casamento os dois tiveram dois filhos excêntricos. Lee Donghyuck, o filho mais velho e Lee Renjun o filho mais novo. Os quatro moravam em uma casa muito aconchegante e pequena, mas muito bem cuidada. O Suh trabalhava em uma fábrica de pães, o que lhe fornecia um bom dinheiro e muitas vezes grandes cestas de padaria.

Donghyuck e Renjun eram os jovens mais teimosos da escola e do bairro. Os únicos que não possuíam um relacionamento. Chittaphon e Johnny prezavam pelas escolhas dos filhos, mas a situação da família parecia cada dia pior na questão de segurança. Metade dos vizinhos da vila os culpavam pela seca que se prolongava desde o ano anterior, principalmente o Lee mais velho.

— Pai, chegamos! — Donghyuck grita ao passar com o irmão pela porta azul da residência. Chittaphon grita de volta da cozinha em resposta. Retirou os sapatos na entrada e correu até o sofá se esparramando no mesmo. Renjun encara o irmão e sorri indo até o ruivo se jogando por cima dele. — Yah, saia de cima de mim! — Donghyuck tenta empurrar o mais novo que apenas se aconchega mais.

— Silêncio, tomate! — Renjun diz fechando os olhos. O Lee mais velho suspira cansado, sem forças para responder. — Você está bem?

— Se cair numa pegadinha e ter o cabelo pintado de vermelho sangue após lavar o cabelo no vestiário da escola por ser solteiro e não ter como ajeitar porque não tem dinheiro é estar bem... — Donghyuck olha para o irmão que segura um riso — Estou ótimo, Renjun!

— Olha, até que você ficou bonito ruivo, okay? — Renjun diz rindo dos fios manchados de tinta vermelha.

— Ah claro, agora eu chamo atenção por ter cabelo da cor de um semáforo... — sussurra. — Qual o problema dessas pessoas? Qual o problema de estar sozinho?

— Vamos ser honestos que estamos sozinhos por que a gente quer, e porque você não cala a boca e eu tenho problemas com raiva.

— Eu gosto de ser solteiro por um lado, mas é horrível ir estudar com esse tipo de gente. — o Lee sussurra. Renjun concorda, gira para o lado e desce do sofá. No mesmo instante uma figura baixa com cabelos negros como os de Renjun aparece na porta da cozinha.

— O jantar está quase pronto — Chittaphon diz sorrindo e se aproxima de seu filho mais novo deixando um beijinho na testa do mesmo. — Injunnie! — cumprimenta o menor, vira-se para o mais velho na busca por repetir suas ações mas logo arregala os olhos — O que houve com o seu cabelo, Lee Donghyuck?

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