V. Been running from it for the longest time

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HARRY TIAGO POTTER - P.O.V

Eu estava aturdido quando pisei para fora daquela boate.

A lembrança do cheiro de vinho misturado com a respiração quente de Draco ainda estava fresca na minha memória. Eu me sentia estranhamente desconfortável com a situação que tinha sido posto.

Eu sabia que existiam duas únicas certezas até agora: Draco tinha problemas sérios e precisa de ajuda; a outra certeza é que tinha uma parte de mim que estava irrevogavelmente atraída por ele.

Meu medo era ver que lado poderia pender mais. Razão ou tesão?

Suspirei frustrado, me jogando no chão de casa e me sentindo pela primeira vez deslocado no meu próprio apartamento. Quase como se não fosse o lugar correto para se estar no momento.

— Neen, eu não sei o que fazer — admiti para a minha gata que apenas balançou o rabo e caminhou pomposamente até meu colo, ronronando atrás de carinho.

A ideia doida de que eu estava fazendo errado em tratar Draco daquele jeito não saía da minha cabeça... mesmo que fosse absurda. Ele era meu paciente.

Mesmo que não soubesse exatamente disso.

A lareira foi acionada e um pedido de Gina para entrar na minha casa foi feito. Eu me sentia totalmente indisposto para recebê-la, então fingi que não estava em casa.

— Harry Tiago Potter! Eu sei que está aí — bradou Gina, furiosa.

Bufei e liberei a passagem, vendo uma ruiva com roupas glamourosas entrar pela minha fogueira e bater nas vestes para espantar a fuligem.

— O que você quer?

— Eu sempre me surpreendo com seu tom decepcionado ao me ver — provocou Gina, sentando ao meu lado. — Mione me contou o que você está planejando com o Draco.

Hermione podia ser boa em tudo, menos em guardar segredo. Ela sabia me dedurar como ninguém, igual a vez que ela dedurou minha Firebolt para Minerva no terceiro ano.

— Lógico que ela disse — respondi irônico.

— E como você está?

— Gina, não me leve a mal. Não estou no clima para conversar sobre isso — desabafei, jogando minha cabeça no travesseiro e sentindo Nina guinchar pelo peso em cima dela.

— A burrice veio dos Potter — murmurou. — Seu idiota, eu estou preocupada. Acho que você está fazendo a coisa errada.

Franzi o cenho, não entendendo que logo Ginevra Weasley iria concordar comigo em alguma coisa.

— Você esperou a gente terminar para finalmente dizer essas palavras? — caçoei e senti um beliscão forte no braço.

— Draco não precisa de um terapeuta agora. Não está óbvio?

— Você não tem noção do estado que ele está, Gina. Não é como as pessoas que fazem o que ele faz — Resolvi manter em sigilo o tipo de trabalho que Draco levava. —, ele verdadeiramente detesta estar lá. É transparente.

— Harry, mais uma vez você está pensando como terapeuta e não pessoa. O que Draco perdeu com essa guerra?

— Os pais — disse simplório.

— Pensa mais em algo que ele não tem — estimulou ela, com aquela expressão de quem falava com uma criança analfabeta.

— Apoio — chutei.

— Potter, por Merlin, mais o quê?

— Amigos — disse por fim. — Ele perdeu os amigos dele na guerra.

Born to D.I.E | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora