VI. So many mornings, I woke up confused

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HARRY TIAGO POTTER - P.O.V

Draco era um sujeito enigmático.

Quando ele aceitou o pedido para ir para o apartamento dele como uma companhia, eu achei que nós iríamos conversar ou começar a nos engajar em algo promissor, mas aparentemente os planos dele eram outros.

Draco permaneceu quietinho até o caminho em direção ao seu apartamento e eu constatei que ele era meu vizinho, sendo o prédio azul que ficava de frente ao meu.

Subimos as escadas em silêncio e coloquei as engrenagens da minha cabeça para pensar. Aparentemente Draco sentia que dividir seu silêncio era algo bom, no entanto, eu me sentia desestimulado ao perceber a grande muralha que ele tinha em todos seus quesitos.

Tanto pessoais quanto emocionais.

Ele iria me levar até seu apartamento. Isso era uma evolução, certo?

— É o primeiro à direita — instruiu ele, caminhando atrás de mim para pegar suas correspondências.

Draco não morava em uma cobertura como eu, seu prédio era mais simples e aparentemente bem trouxa para mim. A única diferença era que sua porta de entrada tinha um símbolo da família Malfoy que agia como um sigilo de proteção.

— Pode entrar — disse assim que abriu a porta com um feitiço rápido de destrancamento.

Pelos trajes de corrida que ele estava conclui que estava sem a chave.

Entrei dentro do apartamento e o que eu presenciei foi, no mínimo, desconcertante.

Era um apartamento totalmente... sem vida. Tinha suas paredes brancas e cinza, alguns quadros abstratos preto e branco e uma janela enorme que ficava na sala.

Os móveis eram pretos e brancos e, em sua maioria, felpudos. Era extremamente impessoal e não tinha nada ali que apontava um traço de personalidade, quase como aqueles apartamentos que vêm mobiliados.

A única coisa que despontava no meio daquele branco e preto era um quadro de Narcisa Malfoy com um sorriso lindo agarrada com um menininho loirinho que olhava encantado para bolhas de sabão saindo de sua varinha.

O quadro se mexia com uma bolha estourando o nariz do menininho que supus ser Draco, e uma risada gostosa preenchia a foto. A única coisa que mostrava que existia alguém morando ali.

Não tinha mais nada... nada que remetesse a Sonserina e nem mesmo ao mundo bruxo.

Uma televisão orquestrava a sala de estar junto com a estante negra e por fim completava-se com uma lareira ao lado que estava apagada. Provavelmente Rede Flu que pelo jeito não era ligada há séculos.

Eu me senti estranhamente triste com o ambiente sem vida e frio. Parecia aqueles apartamentos de trouxa rico, apesar de não ser na cobertura. Draco me deixou navegando no apartamento e se encaminhou para a cozinha.

— Hm... você quer beber algo? — perguntou seco, abrindo a geladeira cinza e tirando um suco de laranja de lá.

— Aceito — confirmei, vendo o loiro se encaminhar preguiçoso para o armário preto.

A cozinha era ainda mais branca e preta. Não tinha aqueles quadros bestas de "Chef" ou "Tempere sua Vida" bem clichês que colocamos na cozinha.

Nem mesmo um enfeite!

Apenas o branco, preto e cinza. Limpo. Nada bagunçado que aparentava que tinha alguém que possuía personalidade morava lá.

— Apartamento legal — comentei e pude contemplar o rosto dele se retorcer em escárnio, mirando as safiras gélidas em mim.

Born to D.I.E | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora