XXIV. My emotions are naked

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HARRY TIAGO POTTER - P.O.V

Draco era realmente um cara muito envolvente.

Tudo nele me chamava para si, como uma mariposa atraída pela luz. Pelo fogo. Pela chama.

Ele me tocava de uma forma que quase despia a minha alma e me desafiava a encará-lo como a coisa mais importante e bonita da minha vida.

Me sentia perdido naqueles braços.

Totalmente entregue.

— Aí ela ainda veio me perguntar como eu era capaz de fazer isso com você sendo que, sinceramente, Harry, não tem como! Aquela mulherzinha me irrita — reclamava ele no meu colo, depois de um exaustivo dia de trabalho.

Os lábios dele eram tão bonitos, mesmo com a veia na testa ameaçando explodir a qualquer momento.

Tudo nele era lindo. Desde os cílios longos e curvados até a ponta do nariz pontudo e arrebitado.

Cheirei o pescoço, ouvindo com toda minha devoção o monólogo completamente incansável dele sobre as planilhas que haviam mexido em seu computador.

St. Mungus tinha adicionado recentemente o método trouxa de arquivar fichas pessoais de paciente e isso sempre deixava ele irritado, porque ele tinha conseguido entender como funcionava em uma semana enquanto os outros ainda aprendiam.

Ele tinha tanto potencial.

Me deixava com as pernas bambas saber que ele era tão inteligente. Que eu tinha alguém tão inteligente ao meu lado.

Andando comigo a cada passo.

— Você está com aquele olhar de quem não está prestando atenção em mim — bufou, mas tinha uma possibilidade de sorriso despontando no rosto. — Estou com preguiça de cozinhar hoje.

Revirei os olhos, ajeitando ele melhor no colo e puxando o rosto em minha direção, selando os lábios rapidamente antes de morder a bochecha dele.

— Eu te vejo. Não vou cozinhar.

— Vamos pedir?

— Hoje é quarta-feira, Dray.

— Mas eu sou seu namorado.

— Por isso mesmo.

— Sabe que isso te faz tipo o pior dos namorados do mundo, certo? — assenti debochado, mas ele já havia percebido que tinha me ganhado.

— Eu sou um monstro.

— Você é, cara de sapo.

— Cara pálida.

— Ei, eu não gosto desse! — reclamou com um bico e eu soltei uma risada sonora, apertando ele nos meus braços com força.

Não gostava de contar essas coisas para Draco, mas sentia quando um surto estava vindo e a cada momento me sentia mais receoso sobre o que me aguardava.

Sabia que não tinha um há meses, e o último que tive quase quebrei toda a minha sala.

E me sentia temeroso.

De o assustar. Espantar ele de mim.

Eu tinha desenvolvido estresse pós-traumático, depressão e sempre carreguei parte da ansiedade comigo como uma amiga no meu malão. Tomava diversos remédios que me desestabilizaram um pouco caso ficassem em falta, e isso definitivamente estava fora de questão.

Mas tinha os dias. Gostava de chamá-los carinhosamente de dias nublados.

Onde eu sentia uma escuridão cautelosa me consumindo com todas células do meu ser, me degustando na sofreguidão absoluta e me arrastando para o fundo do poço.

Born to D.I.E | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora