DRACO LUCIUS MALFOY - P.O.V
Eu estava ainda sentindo o gosto de Potter nos lábios.
A pele macia e bronzeada encostando nos meus lábios daquela maneira tão pecaminosa, me trazia lembranças nada inocentes quanto a minha vontade de ter algo bem carnal com o Santo Potter.
Foi com certeza desconcertante ao perceber que ele tinha realmente a intenção de ser meu amigo. Quer dizer, era óbvio o claro desejo por mim, mas Potter parecia determinado a me trazer para seu mundo chato de médico e saúde mental.
Suspirei, trazendo o cigarro à boca novamente e inspirando profundamente, ainda com as minhas memórias conturbadas.
Harry sempre pareceu alguém bem inatingível. Uma pessoa que eu não teria acesso nem mesmo nos meus maiores sonhos.
Por isso, desde Hogwarts em que ele testemunhou ao meu favor, eu vinha deletando qualquer imagem que me remetesse a Potter e a minha eterna paixonite por ele.
Pansy até escreveu um romance com nós dois quando estávamos no sexto ano e ele não parava de me perseguir pelos corredores. A esperança que eu tive de que Harry poderia estar interessado em mim foi remotamente tirada ao receber o Sectumsempra.
Depois de perceber que eu tinha sido usado, eu havia me fechado totalmente para qualquer lembrança dos meus sentimentos soterrados por Potter.
Porque podiam se passar anos, mas eu definitivamente não confiava nenhum pouco naquele grifinório de coração grande e estúpido. Não era culpa dele não querer se associar a pessoas como eu.
Pessoas que deveriam ser extintas por cometer tantas atrocidades.
Levei a bituca na Marca que estava no meu braço, apagando o cigarro lá e sentindo a gostosa sensação de dor ao perceber aquele lugar adquirindo mais uma nova cicatriz.
Aquela marca era a real âncora que me lembrava do porquê de eu estar afundado assim. Do porquê ninguém me contratar. Do porquê todos os fundos dos Malfoy terem sido congelados após a guerra.
Porque eu apoiei um monstro. Eu sabia que ele era ruim e mesmo assim segui com orgulho ao receber aquela maldita marca.
— O que será que Potter quer? — perguntei a Cariño que esfregava descaradamente a face no meu rosto, roçando o rabo peludo e fofo no meu nariz, naquela mania que sabia que arrancava risadas minhas.
— Miauuu... — disse com aquele tom manhoso e eu revirei os olhos.
Chequei o relógio e vi que já estava na hora da gata do prédio da frente ir até a janela no colo do dono apreciar o sol. Eu sabia que Potter tinha aquele ritual inquebrável de sentar naquela poltrona e observar o sol despontando no horizonte.
Era incrível ver como o apartamento era rodeado de plantas e o bichano que sempre o acompanhava quando ele se aproximava das grandes janelas de vidro.
Eu o acompanhava no ritual, mas ao invés de observar o sol, eu gostava de ver a imagem de um Harry regozijando aquele espetáculo. Do andar do meu prédio não dava para ver muita coisa, mas o suficiente daquelas esmeraldas reluzentes.
Era quase cômico o quanto todos podiam estar atrás dele, mas ninguém se atrevia a realmente entrar naquele ritual. De sentar ao lado dele e contemplar a beleza que apenas ele conseguia ver.
— Céus, estou me sentindo em Hogwarts novamente — resmunguei para mim mesmo, ajeitando Cariño no colo enquanto ele observava a gata de Potter ignorando firmemente ele.
Achava engraçado os exageros que Cariño fazia para chamar atenção do bichano que alegremente ignorava ele, se embrenhando cada vez mais em Harry.
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Born to D.I.E | DRARRY
Fanfiction[CONCLUÍDA, Drarry] Rony Weasley vai casar e nada menos do que uma despedida de solteiro digna! Harry organiza na boate mais badalada de Londres, tendo a surpresa em ver seu arquinimigo como um dos strippers mais famoso da casa. E depois daquela n...