XXII. So many mornings I woke up confused

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DRACO LUCIUS MALFOY - P.O.V

Não, eu não terminaria com ele.

Poderia estar apenas me equivocando e destruir tudo o que nós tínhamos por conta de uma discussão mal-interpretada não me agradava.

A questão era: nem sabíamos se poderíamos funcionar como um casal duradouro e eu queria me permitir o direito da dúvida sobre o que passamos e iremos passar juntos.

Não conseguimos, melhor, eu não consegui nem ao menos dar o passo gigante para conseguir ter filhos com ele.

Sexo para mim ainda era associado a dor e obrigação, mesmo que eu fizesse de tudo para conseguir empurrar as memórias de mim.

E essa combustão de pensamentos, traumas e meu passado me levou a mais uma vez repensar sobre algo que vinha me atormentando havia um tempo.

Eu precisava de terapia.

— Não — respondi a pergunta que foi feita.

Vi os ombros de Harry relaxarem e ele soltar um suspiro longo, me fazendo questionar quanto a possibilidade de nos separarmos poderia afetá-lo tanto.

— Vamos conversar — decretei depois de um tempo em silêncio.

— Ok.

— Acho que concordamos em deixar fluir antes de tomarmos alguma decisão impensada — suspirei, colocando minhas mãos no rosto de forma nervosa. — Eu quero filhos, Harry.

— E eu não sei se posso te garantir que vou conseguir me acostumar com essa ideia. Eu não estou preparado — confessou e eu deixei um sorriso despontar nos meus lábios.

— Amor, eu também não estou. Tem muita coisa para rolar ainda, 4 anos de faculdade, um inquérito e emprego novo... não é o momento — expliquei carinhosamente, sentando no colo dele.

Os olhos de Harry eram sempre tão expressivos.

Parecia um convite a enxergar a alma.

— Eu concordo, ok? Só peço paciência com essa ideia toda de filhos. Não tive um bom exemplo de paternidade e maternidade — disse sem me encarar nos olhos.

Eu sempre fui muito curioso sobre o passado de Harry, mas parecia ser algo que ele nunca se permitiria abrir para mim.

Me contentava apenas em respeitar a vontade dele de não falar sobre isso.

— Quando você quiser e se sentir pronto, eu vou estar aqui para te escutar — confidenciei, encostando minha testa na dele. — Com todo o meu coração.

Ele assentiu, colocando as mãos na minha cintura e me puxando para um daqueles beijos de tirar o fôlego e toda a minha sanidade que apenas Harry Potter conseguia.

— Harry?

— Huh?

— Eu sei que você está fugindo dos meus toques — apontei com divertimento. — E está tudo bem.

— Mesmo? Me sinto tão... sujo por pensar essas coisas com você.

Soltei uma risada, puxando os cabelos da nuca dele para voltar a me encarar nos olhos, do jeito cúmplice que apenas ele conseguia lidar comigo.

— Eu sou muito gostoso, é compreensível — me gabei, bagunçando os cabelos dele. — Apenas... vai doer um bocado até sarar. Não me sinto pronto, não por você. Só que às vezes... é questão de esperar.

— Eu entendo, meu bem — sorriu compreensivo, subindo comigo no colo e caminhando para o quarto em passos rápidos, me fazendo rir. — Até lá, eu me contento com minhas mãos.

Born to D.I.E | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora