CAPÍTULO SETE

56 13 9
                                    


CAPÍTULO SETE

ANO: 2050

Luanda: 20:00

Segunda-Feira

Micael Tchilomba

Osíris, Você pode abrir a porta por favor? – Ouvi a voz de minha irmã dizer. Nossa! faz tempo que não ouço a voz dela, já estava com saudades.

Claro. – Respondeu alguém.

A porta foi aberta, me deparei com um jovem negro, meio magro, cabelo crespo e vestia um terno preto. Olhamos um no olho do outro durante alguns segundos e de repente minha irmã apareceu.

– Maninho! – Gritou ela e em seguida me abraçou. Abracei ela bem forte, faz anos que não a vejo, dá última vez que nos vimos foi há três anos, ela foi me visitar em nova Iorque. Queria que aquele abraço fosse mais modorrento.

– Também tive saudades. – Falei. A seguir veio minha mãe e me deu um abraço também.

– Desculpa, que idiotice a minha. Disse minha irmã com regozijo enquanto se virava para o jovem que abriu a porta para mim. – Este é Osíris meu... – Decidi cortar ela.

– Namorado? – Perguntei.

– Quem dera! – Respondeu ele. Solange meteu um sorriso no rosto. Ele estendeu sua mão e eu a minha, nos cumprimentamos. – Osíris é o meu nome.

– Isso não é ético, preciso do sobrenome também. – Falei apertando a mão dele.

– Osíris Kandimba. – Disse ele.

– Micael Tchilomba.

– É um prazer conhecer você, infelizmente eu já estou de saída. – Disse ele.

– Espera aí Osíris. – Disse Solange. – Que tal amanhã almoçares com a gente aqui em casa?

– Claro, sem problemas. – Disse ele. Em seguida se despediu e saiu. Entrei dentro de casa e fechei a porta.

Minha mãe voltou a abraçar-me, entende-se a saudade faz tempo que não nos vemos. Creio que cinco anos, eu perdi a conta. Nosso pai morreu quando eu e Solange éramos crianças desde então tem sido apenas nós.

– A mãe disse que você estava de volta e eu nem acreditei. – Disse Solange.

– Bom, eu estou em missão de serviço então não poderei estar sempre em casa mas as vezes que for possível virei visitar vocês.

– Mas amanhã você vai almoçar connosco? – Perguntou minha mãe.

– Claro. Mas agora preciso dormir.

– Deves estar cansado filho, teu quarto está igualzinho como você deixou. – Sorri, dei um beijo na testa dela e subi para o meu quarto.

Na manhã seguinte acordei muito cedo, saí de casa sem me despedir de ninguém indo fui direito ao escritório. Alisson havia dormido no escritório, Marcos tinha acabado de chegar. Seu olhar parecia o de alguém que não dormiu a noite toda.

– Café para você. – Disse Alisson me entregando uma chávena de café.

– Obrigado amigo. – Recebi e comecei a beber. – Então, o que temos de novo?

– Nada, nossos homens seguiram ele durante dias e não houve nenhuma suspeita até agora. É um jovem como outro qualquer. – Disse Alisson.

– Movimentos suspeitos no palácio presidencial? – Perguntei.

– Nenhum. – Respondeu Alisson. – E se ele simplesmente não voltar a atacar? E se nunca mais aparecer?

– São só hipóteses, não relevem muito elas. – Respondeu Marcos com a voz roca.

– Onde está a Vanessa? – Perguntei para todos.

– Passou a noite comigo. Está muito cansada! Se é que me entendes. – Disse Marcos.

Estava prestes a responder seu comentário quando ouvi a porta ser aberta e todos os homens naquele escritório puseram-se em pé. Era o presidente que acabava de chegar, a sua volta tinha um monte de guarda-costas, contei uns dez.

– Quero que todos saiam, apenas Micael deve ficar nesse lugar. – Todos começaram a se retirar, a sala ficou vazia e apenas eu, o presidente e mais cinco guardas dele ficamos dentro da sala. – Como vai a investigação?

– Ainda não temos algo concreto para mostrar ao senhor.

– Pois deveriam, vocês são os melhores dos melhores que esse país tem. E eu estou cansado de andar a brincar as escondidas.

– Eu entendo senhor, deve ser chato se esconder o tempo todo. Precisamos de mais tempo, esse jovem é muito inteligente, ele sabe fazer as coisas e é cauteloso. Por isso volto a repetir, precisamos de mais tempo.

– Darei esse tempo, mas saiba que eu quero isso finalizado o mais depressa possível.

– Entendido, senhor. – Ele se retirou da sala com seus homens, o pessoal voltou a se organizar no escritório. Ninguém fez perguntas pois já haviam ouvido tudo do lado de fora. Horas se passaram e quando dei por mim já era meio-dia.

– Pessoal, vão me desculpar mas eu tenho um almoço em casa da minha mãe. Vou ter que sair.

– Almoço? – Perguntou Marcos. – Eu posso ir? É que estou cheio de fome.

– Claro que podes, desde que não me envergonhes.

– Não tem como eu te envergonhar, você faz isso por mim. – Sorrimos e saímos do escritório. Até perguntei para Alisson se aceitaria almoçar com a gente mas ele disse que "não" preferiu continuar a trabalhar, Alisson deve ser o membro do grupo que mais está focado em apanhar o dito "Vilão", não que eu não esteja focado eu só acho que por vezes eu preciso relaxar minha mente para que ela possa funcionar da melhor forma.

O VILÃO NÃO MORRE NESTE LIVROOnde histórias criam vida. Descubra agora