CAPÍTULO VINTE E TRÊS

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CAPÍTULO VINTE e TRÊS

ANO: 2050

Luanda: 22:58

Quarta-Feira

Alisson Alves

Ergui minha arma em direcção do primeiro agente e disparei no ombro dele. Ele foi pro chão, o outro agente tentou agarrar sua arma, fiz um tiro no seu braço, outro Nas coxas da Érica, mais dois nos guardas do presidente. O chefe de estado virou sua arma contra com mas fui mais rápido e atirei na mão que segurava ela. Ele gritou! Apontei em seu braço esquerdo.

– Essa é pelo meu pai! – Disparei. Sangue saltou pelos ares. – Esta é pela minha mãe! – Disparei na perna direita dele. Apontei a arma em sua cabeça. – Essa...é pelos meus irmãos! – Apertei o gatilho, a bala atravessou a cabeça dele entrando por um lado e saindo pelo outro, sangue pairava no ar, seu corpo foi ao chão sua cabeça ficou banhada de pelo liquido vermelho como oceano banhando a terra. Nem Van Goth pintava aquela obra de arte.

– Que merda é essa Alisson?! – Gritou Micael apontando uma arma pra mim.

– Baixa a arma Micael, você não vai atirar em mim. Somos amigos a muitos anos, nem eu vou atirar em você.

– Que merda é essa Alisson?! – Gritou Micael com as mãos trémulas.

– Vou te contar uma história: Era uma vez, uma família que preparava o típico jantar de sexta-feira. Enquanto a mãe cozinhava, os filhos mais velhos ajudavam ela. Um ajudava a pôr a mesa e a irmã mais velha ajudava a mãe a cozinhar. Um dos filhos se sentava a mesa enquanto dois irmãos "um de 5 anos e um de 3 anos" brincavam as escondidas. O irmão de 3 anos sendo um prodígio conseguiu descobrir um compartimento da casa que ninguém conhece, só os arquitectos saberiam. Ele se escondeu, depois de seu irmão de 5 anos procurar tanto ele decidiu sair do compartimento e assustar seu maninho. Mais tarde veio o jantar, a família estava sentada a mesa esperando o pai chegar a casa. A porta da casa é aberta de maneira que assusta todos na mesa. Era o pai. Ele correu até a mesa e tirou a pistola que tinha escondido por de baixo da mesa. Uma bala vinda de fora atingiu a cabeça do irmão mais velho, o pai mandou todos irem pra debaixo da mesa e ficou a fazer tiros contra quem quer que seja que disparava de fora. Por baixo da mesa o irmão de 3 anos, o prodígio da família mostra o compartimento ao irmão de 5 anos. O de cinco segue até o compartimento e se esconde. O de 3 conhecia tão bem a casa, que decidiu esconder-se entre uma estante e uma parede. O ângulo era perfeito para não ser visto. Ele assistiu os homens entrarem e matarem sua família. Depois ouviu a conversa dos homens, os homens disseram que foram enviados pelo presidente. Quando os homens se foram ele saiu do esconderijo e encontrou o irmão de 5 anos com o crucifixo de seu pai nas mãos. Os dois olharam um para o outro e juraram se vingar pela morte da família.

– Você está a me dizer que Osíris é seu irmão? – Perguntou Micael confuso e espantado mas sempre com a arma aponta pra mim. Virei e olhei para Osíris, seu rosto estava coberto de sangue mas dava pra ver o sorriso de satisfação em sua boca.

– Sim, é meu irmão mais velho. – Respondi.

– Que merd* é essa? Vocês os dois são prodígios e irmãos? – Perguntou Micael. Coloquei um sorriso no rosto.

– Osíris não é um prodígio. Eu sou. Eu planejei a nossa vingança há muito tempo, meu erro foi ter ido para faculdade. Quando entrei o sistema descobriu que sou um prodígio e me mandou pra fora, tal como fez com você. Nós estávamos proibidos de entrar no país até que o país precisasse de nós. Então Osíris decidiu executar o plano. Durante anos ele treinou, aprendeu técnicas deixadas por mim, e executou o plano. Você acha mesmo que no primeiro ataque dele, ele não conseguiria ter matado o presidente? Aquela falha foi proposital com objectivo do presidente nos mandar de volta ao país.

– Por que ele queria você de volta ao país? Por que não acabou simplesmente com tudo naquele dia.

– Quando pequenos, ele me prometeu que quando matarmos o presidente seria eu a apertar o gatilho.

– A fuga ao shopping, foi você que planejou?

– Meu irmão era inteligente, eu próprio treinei ele e ensinei a agir diante das circunstâncias. O plano do ataque a casa do governador foi estruturado por mim aos 8 anos de idade, o plano do ataque ao palácio presidencial estruturei aos 7 anos de idade, o plano do assalto de jóias estruturei aos 9 anos de idade. Osíris soube anexar cada plano no contexto actual.

– Estava nos planos dele morrer?

– Não, a invasão dele a minha casa serviu para isso. ele sabia que a casa tinha escutas então fizemos uma encenação para vocês ouvirem. Depois dele bater a minha cabeça com o cano de uma arma, ele escreveu um bilhete onde dizia que já não tinha mais nada a perder, ele estava cansado e a única coisa que ainda lhe mantinha em pé também tivera sido tirado dele. No papel dizia que ele se entregará, que iria torcer para o presidente matar ele e assim ter cumprido a promessa que fez a mim. Ele queria morrer, mas sabendo que me deu o presidente de bandeja.

Lágrimas escorreram de meus olhos.

– Você poderia ter matado o presidente desde que chegamos aqui.

– Eu poderia, mas ele estava sempre rodeado de guardas e nunca deixava que eu ou Marcos se aproximávamos dele. Apenas você. Eu precisava estar perto dele e precisa que tivessem poucos guardas.

– Mata ele Micael, ele é um traidor. – Disse Érica se rastejando no chão.

– Eu vou ter que prender você Alisson. – Disse Micael segurando firme na arma.

– Me desculpa por isso. – Falei.

Em seguida fiz um tiro na mão que ele usava para segurar a arma. Micael caiu ao chão e começou a gritar de dor. Me aproximei de meu irmão tirei o crucifixo de seu pescoço, comecei a caminhar em direcção a saída. Fui até o interruptor e apaguei a luz.













Meu nome é Lael Kandimba. Eu sou o vilão, e eu não morro nesta história.



















FIM

O VILÃO NÃO MORRE NESTE LIVROOnde histórias criam vida. Descubra agora