Cap 73 - Mariposa Preta

12.5K 869 569
                                    

~ Amber ~

  - Tem certeza disso? Quero dizer, eu tenho, mas e você? - Perguntei receosa.

Dener riu levemente e ergueu uma sobrancelha.

  - Ainda te restam dúvidas, querida?

Revirei os olhos e apertei mais a sua mão entrelaçada na minha. Seus olhos não pararam de me fitar um segundo, esse belos olhos azuis e essa covinha falhada me fizeram respirar fundo e soltar uma risada nervosa. Se no passado, no começo de tudo isso me dissessem que essa cena ia realmente acontecer e com justamente ele, eu teria gargalhado até passar mal e depois xingado a pessoa pela audácia de criar uma coisa tão fantasiosa e impossível assim. As coisas mudaram tanto, tomaram um rumo completamente diferente do que eu achei que tomariam, porém, eu só agradeço por ser Dener o garoto que está segurando a minha mão e inclinando a cabeça na direção da casa.

Observei a casa movimentada, reunindo toda a coragem que preciso para finalmente assumir um namoro, o que nunca aconteceu antes. Já namorei uma vez, só que, além de ser bem nova, eu não tinha a menor esperança de levar para frente, então nem fiz questão de mostrar para a minha família. Agora por outro lado, não sei se realmente vai para frente, mas estou disposta a tentar. Não penso duas vezes em querer assumi-lo para o mundo todo e também de enfrentar qualquer um para conseguir isso.

A pior parte dessa coisa toda vai ser aturar o Dener mesmo.

  - Já está falando mal de mim em pensamento, né? Tenho certeza

O encarei de cima a baixo, travando o olhar no dele. Ergui uma sobrancelha.

  - E quando eu não faço isso?

  - E depois eu digo que é obcecada por mim e ela faz o que? Me bate. - Revirou os olhos em tom brincalhão.

Fiz um gesto vulgar para o mesmo antes do garoto me puxar para perto, segurando o meu queixo levemente e depositando um beijo calmo e lento na minha testa. Fechei os olhos, absorvendo a sensação e inspirando o máximo que consegui. Meu corpo esquentou com o toque e tive que engolir a seco para não o puxar até a minha boca sem me importar que qualquer pessoa pode ver ou interpretar de uma forma diferente.

  - Não se preocupe, não é nada que eu não queira fazer - Murmurou contra a minha pele.

Ergui o rosto, vendo os seus olhos me observando docemente, e um sorriso de canto que só me fez retribuir. Coloquei a minha mão sobre a sua ainda no meu rosto.

  - E se der errado? - Fechei os olhos, tentando não deixar essas palavras me invadirem por completo.

Eu o amo de todos os jeitos e de todas as formas possíveis, porém, o medo de começar isso cedo demais e dar errado acaba com o meu psicológico de diversas maneiras. Apenas quero ter a oportunidade de saborear cada momento e de não fazer nada na correria, tendo o risco de dar totalmente errado e obrigar Dener a fazer tudo isso por pressão. Ainda é só o começo de toda essa história, não entendo como chegamos até aqui, mas já que chegamos, não tem porque correr.

  - Se der errado, você vai continuar a sua vida normalmente.

(....)

Naquele dia, na festa do meu aniversário, nada poderia ser melhor do que foi. Assumi o meu namoro para o mundo, e apesar do olhar do meu pai, ele prometeu me apoiar. Minha mãe ficou toda feliz e os meus amigos nos parabenizaram e brincaram com a situação também. Sebastian foi embora tão bêbado que nem sequer fez algum escândalo sobre o que aconteceu - o que o Dener - fez no carro do seu pai, o que foi um grande alívio também, já que pelo que Max me disse no dia seguinte, o pai do mesmo ficou extremamente furioso e culpou totalmente o Sebastian, ainda mais vendo o estado que o garoto chegou em casa naquela noite. Não houve acusações, denúncia ou qualquer outra coisa sobre o Dener.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora