Cap 15 - Caixinha de fósforos

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~ Amber ~

Passei direto pelo Dener e pela Julie, ignorando - ou tentando - o máximo possível. Fui para a areia, retirando a sapatilha e olhando em volta com um sorriso leve. Lembrei da época em que eu vinha aqui com meus pais e meus avós, comer algo e ver o por do sol. Foi uma época muito preciosa, e eu me sinto mais do que bem com esse ar de familiaridade. Coloquei minha mochila no chão, firmando o melhor local para ficarmos.

  - Parece que alguém se animou, em. - Jéssica sorriu, parando ao meu lado.

Colocou sua mochila ali também, junto com um saco de dormir.

  - As lembranças são boas. - Falei observando o mar.

Uma brisa gélida bateu contra meu rosto, fazendo meu cabelo alvoroçar. O cheiro trouxe consigo momentos inesquecíveis, e sem perceber eu já estava viajando para dentro de memórias perfeitas. De fato, vivi uma época ótima.

  - Amber? - Pisquei repetidas vezes, voltando à tona. - Vai ou não? - Max me perguntou.

  - O que?

  - Colocar os sacos de dormir agora.

  - Sim. Vamos ir adiantando as coisas.

Colocamos alguns galhos secos em uma roda no chão, com pedras médias em volta, decorando. Arrumamos os travesseiros e os sacos de dormir, junto com o violão que Max segurou o tempo inteiro. Sebastian e Andy arrastaram o cooler e as coisas de comer um pouco mais longe de ondem preparamos para ser a fogueira.

Por sorte, Lúcia trouxe alguns cobertores também, o que impediu o frio de incomodar tanto. Ninguém lembrou de separar casacos, então os cobertores foi de uma grande ajuda. Sentei no meu canto.

  - Que tal algumas histórias de terror antes de acender a fogueira? - Dener deu ideia. Não o olhei.

  - Se conta histórias de terror em luau? - Julie franziu as sobrancelhas.

  - Bom, na maioria das vezes não. - Ele deu de ombros. - Só acho que vai ser bom para distrair antes de todo mundo cair bêbado na areia.

Dei um sorriso para Lúcia ao me lembrar das bebidas alcoólicas que Max trouxe para a casa dos meus avós sem meus pais saberem. Felizmente, ele lembrou de trazer para cá, já que um luau sem bebida não é um luau tão divertido.

  - Fique a vontade para contar a história. - Jéssica disse, dando a deixa para ele.

Dener foi contando com um sorriso no rosto meio "assustador" - pelo menos em sua percepção -, tentando incorporar a ideia de fazer os outros ficarem apavorados, ou apenas com medo. Eu nem estava prestando atenção, ficava mais atenta ao lugar em si. A noite estava perfeita com o céu aberto, uma brisa gelada e estrelas à vista. Deixei o pessoal ali e levantei, saindo de perto. Não era por nada, mas a ideia de me aproximar do mar me cativou.

Andei até a beira do mar. Fiquei parada na areia, quando a água extremamente fria ficou um pouco a cima do meu pé. A sensação de nostalgia me rodeou. Lembro que minha avó me trouxe segurando minha mão para a borda, me deixando perto da água, mas impedindo que eu entrasse. Quando questionei sobre isso, ela me olhou sorrindo e disse: "Aprecie as pequenas coisas, querida. Você não está na água, mas está molhando os pés, não é? Ainda sim está se conectando com o mar"

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora