Cap 51 - Ruínas

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~ Amber ~

  - E-Eu...

As palavras não estão saindo. Realmente não estão saindo. Minhas mãos estão tremendo, e meu coração palpitando para fora do peito. Podia ser em qualquer dia, qualquer momento, menos hoje e agora. Ainda estou instável pela briga com o Dener e com a Jéssica, mas com os meus pais é outro nível. Tentei mostrar que realmente amadureci, que não sou mais uma garota desgovernada que só pensa em curtir e pouco se importa com as consequências. Tudo dentro de mim mudou, só que, com esse celular virado na minha direção mostrando a porra de um vídeo que não devia estar ali, já nem sei mais se as minhas palavras vão servir de alguma coisa.

O que posso dizer para mudar isso? Para convencer a eles que não é nada do que parece? Logo agora que as coisas já estão bem bagunçadas e confusas na minha cabeça.

  - Então isso estava mesmo acontecendo por trás das nossas costas, não é? - James acariciou o queixo com um sorriso sem mostrar os dentes. - Fascinante.

Senti uma vontade enorme de colocar tudo que comi hoje para fora.

  - Vocês realmente estão juntos? - Minha mãe me observou.

Abri a boca para responder, mas meu pai foi mais rápido.

  - Claro que não, Ana. Não percebe que essa idiota é a amante dele?! - Seu tom de voz elevado me fez franzir as sobrancelhas. - Não lembra daquela garota ruiva que veio acompanhando ele? Era a namorada!

  - Amber... - Diana negou com a cabeça, desacreditada e mostrando nojo na voz.

  - Não, não é nada disso. Eles nunca namoraram, e o Dener contou para ela sobre nós dois no mesmo dia! - Falei, mostrando desespero.

A risada amarga do meu pai me fez engolir a seco.

  - E você acredita mesmo nisso, Amber?

  - Acredito nele! - Respondi com convicção. - Sei que o Den nunca mentiria assim pra mim

  - E o que você sabe? Foi só o brinquedinho dele para que ele brincasse até enjoar!

As palavras frias e ásperas que saíram da boca de James, do meu pai, fizeram com que eu não o reconhecesse. Eu sabia desde o momento que olhei para a tela do celular do mesmo que estaria extremamente encrencada. Castigo eterno, passagem só de ida para algum reformatório ou casa de algum parente. Carro, celular, computador e talvez até quarto, tudo confiscado, mas não isso, não essas coisas horríveis e desnecessárias que estou ouvindo como forma de me castigar, trazendo para fora toda a minha raiva.

Tentei repetir para mim mesma que nenhum deles conhece o Dener, o garoto que eu conheço, que já se abriu pra mim e foi sincero em várias situações, mesmo que em outras tenha se mostrado um babaca. Eu o conheço, como nunca conheci o Sebastian, e como ele deixou que eu explorasse até o seu último fio de arrependimento, sonho para o futuro, de sentimentos, de... Dor. Só que, a voz incessante na minha cabeça diz que se eu o conhecesse tão bem assim, não tinha quebrado a cara com certas situações que ele trouxe a tona.

Uma, sendo especificamente um desafio.

  - Você não conhece o Dener, pai - Ergui o rosto.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora