Cap 57 - "Meus Sentimentos"

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~ Amber ~

Eu já nem sei que dia é, e há quanto tempo estou aqui. Chuto que faz no máximo uma semana e meia, mas as coisas estão mexendo muito com a minha cabeça da pior forma possível. Todos os dias eu faço as tarefas, e todos os dias elas se repetem. Nunca paro de fazer comida, dois cômodos para arrumar no mesmo dia, e as vezes Nathalina fica variando em me fazer limpar a calha, cuidar do quintal, ir na rua ou fazer tudo isso no mesmo dia. Não sei se ela faz isso por achar que eu não estou fazendo direito ou se é só para me manter ocupada mesmo.

A questão é que eu já estou sem saber o que fazer quanto à isso. É um ciclo chato que não deixa o meu corpo sossegar e eu só posso ir para o meu quarto de noite, apenas para dormir e acordar cedo, repetindo a maioria das tarefas de uma maneira diferente mas que tem sempre o mesmo resultado. As músicas da rádio também não ajudam, e fazer o que a minha avó pede com algo perturbando a minha cabeça dessa forma só piora mais a minha situação. Fora que ela já chamou o Benjamin pra vir aqui duas vezes depois daquele dia após o shopping.

A pior coisa foram eles ter trocado os números de telefone.

Depois de já ter arrumado toda a cozinha com o rádio tocando as novas músicas da Ariana Grande, limpei o fogão, a geladeira e lavei absolutamente tudo em cima da pia. Passei pano no armário e arrumei a mesa também. Tudo isso porque eu não quero ter que ficar limpando ela de novo toda hora. Além de chato, é cansativo e totalmente irritante minha avó ter que ficar me mandando fazer as mesmas coisas. Se ela acha que eu não estou fazendo direito, então vou começar a deixar tudo um brinco a partir de agora, sem hesitar.

Na hora de capinar o quintal, fiz da mesma forma que arrumei a cozinha. Capinei até a última erva daninha dali. As mais difíceis puxei com a mão, colocando tudo em um grande saco preto de lixo. Reguei as rosas no pequeno jardim mais afastado, depois limpei e esfreguei a calha o máximo possível, sem deixar uma só folha lá. Tirei o pó dos móveis, caprichei no almoço e não enrolei, fazendo o possível para arrumar o resto das coisas de tarde. Limpei cada cômodo com precisão, organizando caixas e desempoeirando cada uma delas. Organizei direitinho o que ficou do lado de fora.

Quando vi que a casa ficou um perfeito brinco, dei um suspiro de satisfação. Nem eu sabia que tinha tanto dom para arrumar, limpar e capinar as coisas como estou vendo que tenho. Jamais me imaginei aqui fazendo tarefa doméstica só para não fazer mais ainda depois. Amanhã eu quero um dia de folga já que não tem mais nada para fazer. O almoço não é tão difícil, e o resto está pronto. Acho que Nathalina vai ficar de boca aberta quando acordar e notar que sim, estou livre de tarefas por pelo menos quatro dias.

Arrumei tudo o suficiente para saber que nem eu e nem ela somos capazes de bagunçar tanto sozinhas. Está tudo uma perfeita maravilha na casa, então, por que me preocupar? Mesmo que ela me peça, sei que não tem mais nada para organizar ou limpar.

(....)

Acordei de manhã, cedo com o meu novo costume. Me dei uma oportunidade para dormir por mais uns quarenta minutos e quando o sono parou de me atingir, eu levantei e fui tomar banho. Vesti uma roupa indiferente, sabendo que não preciso de uma velha que possa sujar por não ter nada para fazer hoje. Entrar nesse banheiro que está com um ótimo cheiro de lavanda me deixa quentinha. Fechei os olhos, respirando e puxando o ar o máximo que consegui. O calor está terrível, e só de ver pela janela da vontade de me esconder em algum lugar com ar condicionado.

Observei a rua através das cortinas claras do quarto. As crianças estão brincando e fazendo bagunça lá fora, e eu lembrei dos momentos em que brinquei com Lúcia na casa de praia dos nossos avós. Os momentos lá foram incríveis, e me da uma grande dor no estômago por não ter mais isso ao meu lado. Não sei como a minha prima está, só que, não faz muito sentido ela saber de mim também. Não tenho nenhuma novidade, e só de lembrar que em poucas semanas as aulas vão voltar, um nó se forma no meu estômago.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora